

Projetos industriais de 2025 – Os cinco mais
Querer saber o que vai acontecer no futuro é uma curiosidade que está sempre a despertar nossa atenção, principalmente quando está focada em futuro próximo. Por esse motivo, analisando os investimentos que foram anunciados durante o ano de 2025,procurei identificar os cinco projetos industriais lançados na Bahia de potencial significativo para impactar o desenvolvimento do Estado nos próximos anos.
Chama atenção o projeto de uma fábrica de baterias de lítio em São Sebastião do Passé. O objetivo é a produção de células de baterias de íon-lítio e sistemas de armazenamento de energia, atendendo diversos setores, incluindo energia elétrica e automotivo. O investimento ainda não foi definido, mas será a primeira fábrica da América Latina. O número de empregos inicial está estimado em 450 postos diretos.
A bateria de lítio é um tipo de bateria recarregável que utiliza compostos de lítio em sua composição, sendo conhecida por sua alta eficiência energética e longa duração. Ao contrário de outras tecnologias, como as baterias de chumbo-ácido, esse modelo sedestaca pela capacidade de armazenar uma grande quantidade de energia em um espaço compacto, tornando-a ideal para dispositivos que exigem mobilidade e desempenho, como veículos elétricos.
Abrindo grande perspectiva para o futuro da indústria de fertilizantes a Galvani está de volta para exploração das reservas de rocha fosfática da região de Irecê. O novo projeto tem investimento previsto de R$ 1,4 bilhão e objetiva a produção de fertilizantes fosfatados. A geração de empregos diretos é de 1.500. A Galvani já esteve aqui na Bahia explorando as minas de rocha fosfática de Irecê. A exploração era restrita ao minério da superfície e a produção de fosfato natural e do supersimples (SS).Espera-se que a pesquisa leve a Galvani a explorar minas subterrâneas e incentive a produção do superfosfato triplo (TSP)e os fosfatos amoniados, monoamônico (MAP) e diamônico (DAP), que são produtos resultantes da reação entre rochas fosfáticas, ácido sulfúrico e amônio. São todos fertilizantes importantes para o agronegócio.
Foram anunciadas a construção de duas novas refinarias na Bahia. A Brasil Refino, no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. está sendo construída no Centro Industrial de Aratu. As obras foram iniciadas, mas seguem em ritmo muito lento. As informações sobre capacidade de refino e valor do investimento não são do conhecimento público. Outra refinaria, que está sendo construída em Camaçari, é a Gran Bahia Refinaria, com capacidade de processar 13,5 mil barris de petróleo por dia (bpd), no Polo Industrial de Camaçari.
Funcionam na Bahia duas outras refinarias de petróleo, a Dax Oil, processando atualmente 4 mil bpd, em fase de expansão para 12 mil bpd, e a Refinaria Mataripe, operando a 310 mil bpd, que é a segunda maior refinaria do Brasil. Essas refinarias, todas privadas, constroem na Bahia um parque de refino cuja produção abastece parcialmente o Nordeste e projeta novos investimentosno setor.
O quarto projeto de importância no impacto futuro do desenvolvimento industrial da Bahia é o Estaleiro do Consórcio Enseada, em Maragogipe. O investimento é de R$ 961,3 milhõese tem por objetivo Impulsionar a indústria naval na Bahia e fortalecer a capacidade produtiva local. Seu impacto é de criação de 1.225 empregos diretos, focando na construção de embarcações modernas, principalmente para a Petrobras.
O projeto da Build Your Dreams (BYD) foi inauguradooficialmente em julho de 2025 no município de Camaçari. A planta, tem capacidade inicial de 150 mil veículos por ano, com previsão de expansão para 300 mil até o final de 2026, podendoalcançar sua capacidade total de até 600 mil veículos anuais. A nova fábrica faz parte do maior complexo industrial instalado da BYD fora da China, e deve produzir automóveis elétricos e híbridos flex desenvolvidos para o mercado brasileiro, com modelos como o Dolphin Mini (BEV) e os híbridos Song Pro e King. Estima-se que a nova fábrica possa gerar contratações de até 20 mil trabalhadores, diretos e indiretos, no longo prazo, segundo o projeto da fabricante. A fábrica está na fase de produção limitada, com kits semiacabados, mas prevê estar funcionando totalmente até o fim de 2026.
Esses projetos representam um avanço importante para a economia da Bahia, promovendo a sustentabilidade, o aumento do emprego e a inovação industrial. Eles não apenas atendem às necessidades locais, mas também se alinham com a tendência global de transição energética e eficiência sustentável.
Adary Oliveira é engenheiro químico e professor (Dr.)