

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante café da manhã com jornalistas realizado ontem, que as investigações sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) irão atingir qualquer pessoa envolvida no esquema, sem exceções. “Se tiver filho meu metido nisso, será investigado”, declarou.
A fala ocorre após operação da Polícia Federal deflagrada ontem para apurar novas suspeitas de desvios em benefícios previdenciários. As investigações apontam pagamentos feitos pelo empresário Antônio Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, a uma amiga de Fábio Luís da Silva, filho do presidente. A destinatária seria Roberta Luchsinger, herdeira de um banqueiro e próxima ao PT.
De acordo com mensagens apreendidas pela PF, o empresário solicitou a um funcionário o pagamento de R$ 300 mil à empresa de Roberta, mencionando que o valor teria como destino “o filho do rapaz”. O relatório da investigação, no entanto, não especifica quem seria essa pessoa.
No início do mês, a CPI do INSS rejeitou, por 19 votos a 12, um requerimento que pedia a convocação de Fábio Luís. A solicitação, apresentada pelo deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), se baseava em registros que indicariam o recebimento de R$ 120 mil pelo ex-contador da família, João Muniz Leite, pagos por Ricardo Bimbo, dirigente do PT.
“A coincidência temporal entre os repasses da ADS, os pagamentos realizados por Bimbo e o vínculo direto desse contador com Lulinha é grave e exige esclarecimento imediato”, afirma o texto do requerimento.
Ainda segundo o documento, João Muniz Leite é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por suspeita de lavagem de dinheiro para o PCC. Atualmente, Fábio Luís da Silva reside na Espanha, onde atua na área de tecnologia.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil



