

Em menos de um mês desde a sua abertura ao público, o Parque Naturalizado do Centro de Interpretação da Mata Atlântica (Cima), localizado no Bonfim, já recebeu mais de 5 mil visitantes, entre crianças, seus familiares e educadores das escolas municipais. A área verde tem a natureza como o seu principal elemento, permitindo um brincar mais espontâneo e criativo do que os playgrounds tradicionais – onde geralmente os pequenos participam de brincadeiras repetitivas, como escorregar ou balançar.
O parque oferece à criançada materiais multifuncionais como árvores para escalar, terra vegetal para cavar, grama para rolar, cordas para subir, entre outros elementos naturais que abrem um verdadeiro leque de opções à criatividade das crianças, sem impôr um modo único de diversão. Além disso, o local oferece um contato direto com a Mata Atlântica e suas espécies vegetais.
O equipamento localizado na estrutura do Cima está vinculado à Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis) e à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). O Parque Naturalizado faz parte da nova proposta de transformar o Cima no Mundo Encantado das Crianças, concebido como um local de estímulo à imaginação, à arte e, principalmente, ao brincar livre na natureza. Ivan Euler, titular da Secis, explica que o design do parque busca intencionalmente restaurar e fortalecer a afinidade das crianças com a natureza.
Segundo ele, o parque opera sob o conceito de risco calculado, oferecendo desafios físicos, como desníveis variados, inclinações e superfícies irregulares (troncos, cordas), que não são perigosos, mas exigem atenção e esforço da criança. “O parque atende ao nosso conceito de olhar a cidade com o olhar para a infância. Possibilita a imersão em um ambiente natural, com vegetação nativa da Mata Atlântica, reduz os níveis de estresse e o comportamento impulsivo, promovendo um estado de calma e bem-estar. Essa conexão é essencial para a saúde física, mental e emocional das crianças, contribuindo para a redução da síndrome de déficit de natureza e melhorando a capacidade de atenção e foco”, diz, acrescentando que uma outra estrutura semelhante já está sendo finalizada no Largo do Papagaio, na Ribeira.
O Parque Naturalizado atua como um laboratório a céu aberto, impactando diversas áreas do desenvolvimento cognitivo, estimulando a solução de problemas complexos, o planejamento de brincadeiras e a concentração, o sensorial através da ampliação da experiência multissensorial, oferecendo estímulos que são frequentemente limitados em ambientes fechados ou altamente estruturados. Essa ausência de rigidez estimula a criatividade, a imaginação e, crucialmente, o desenvolvimento das funções executivas habilidades cerebrais necessárias para o planejamento, a organização, a memória de trabalho e a autorregulação.
Fotos: Igor Santos / Secom PMS