quarta, 26 de novembro de 2025
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SENADO APROVA PAUTA-BOMBA QUE PODE TRAZER ROMBO DE BILHÕES AO GOVERNO

João Paulo - 26/11/2025 06:59

O Senado aprovou, nesta terça-feira, 25, o projeto de lei que permite aposentadoria diferenciada para os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate a endemias de todo o país. Foram 57 votos favoráveis, duas abstenções e nenhum contrário. Agora, o PLP 185/2024 segue para análise da Câmara. A proposta é classificada como “pauta-bomba” e já é tratado pelo governo Lula (PT) como uma ameaça às contas públicas.

O anúncio foi feito pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), poucas horas após o presidente Lula indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o que intensificou as leituras políticas sobre a movimentação no Congresso. A proposta, segundo o relator, senador Wellington Fagundes (PL-MT), tem impacto fiscal estimado entre R$ 14 bilhões e R$ 17 bilhões por ano, divididos entre municípios, estados e a União.

Autor do projeto, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) afirmou que a aprovação do projeto não é uma “pauta-bomba” e que a regulamentação dessa aposentadoria especial está prevista desde 1988 na Constituição Federal. “Eu fui prefeito da minha amada Campina Grande e passei a ter a dimensão exata do trabalho, da dedicação extrema, dos sacrifícios, das exposições pessoais, emocionais e físicas que perpassam as vidas de agentes comunitários e de agentes de combate às endemias”, disse Veneziano.

Requisitos

O texto aprovado garante aposentadoria com integralidade e paridade para os agentes que cumprirem os requisitos mínimos de idade e tempo de serviço. Também haverá direito à pensão por morte com os mesmos benefícios e à aposentadoria por incapacidade permanente, resultante de doença profissional ou do trabalho.

Desde que tenham ao menos 20 anos de efetivo exercício na função, homens poderão se aposentar aos 52 anos; mulheres, aos 50. Há ainda a possibilidade de aposentadoria com 15 anos na atividade somadas a mais 10 em outra ocupação. Estados e municípios terão que adaptar suas normas em até 120 dias após a publicação da lei.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), o Brasil tem mais de 400 mil agentes espalhados pelo território nacional. A denominação Agente Comunitário de Saúde (ACS) surgiu em 1991, nos primeiros anos do Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição de 1988. O agente comunitário atua principalmente na atenção primária à saúde, por meio do Saúde da Família, na localidade onde mora.

Foto: Marcos Oliveira

 

 

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