segunda, 17 de novembro de 2025
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MBL DEFINE NOVO CÓDIGO DE CONTROLE INTERNO APÓS EXPULSÃO DE SANDRO FILHO

Bruna Carvalho - 14/11/2025 08:44

Após a expulsão do vereador Sandro Filho (PP), o coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan Santos, defendeu a adoção de regras mais rígidas de controle interno. Em artigo publicado na plataforma Valete, ele classificou o episódio como um “fracasso” e disse que o caso revelou limitações do modelo descentralizado adotado pelo movimento.

Segundo Renan, a atuação do parlamentar — que teria enriquecido de forma suspeita e se aproximado de figuras controversas — mostrou que o atual formato precisa ser revisto. “Não é possível construir um grupo político decente com práticas dessa natureza”, escreveu. Ele afirmou que o MBL evitava sistemas de tutela, mas episódios como o de Sandro e o do ex-integrante Bettega demonstraram que o “modelo liberal” não funciona na política brasileira.

“Quanto mais livre, mais capaz de alianças múltiplas se torna o parlamentar. Liberdade significa abandono de programa, flexibilidade para cumprimento e descumprimento de acordos, fluidez entre situação e oposição. Chega a ser curioso, mas o típico político brasileiro é deleuziano, pós-moderno e relacional, pouco afeito a sistemas normativos e hierarquias sufocantes”, destacou.

O dirigente adiantou que o MBL discute a criação de um código de ética e compliance para fiscalizar patrimônio, relações pessoais e atividades comerciais de seus filiados. “Queremos a certeza de que poderemos fiscalizar ganhos pessoais do parlamentar e seus parentes próximos; exigir abertura de contas bancárias e apresentação de esclarecimentos sobre a montagem ou aquisição de empresas; explicações pormenorizadas sobre suas eventuais ‘parcerias’ com governos e prefeituras”, afirmou.

As reuniões da executiva nacional devem começar ainda nesta semana. Em nota, Sandro Filho rebateu as acusações e declarou que “a decisão do movimento de me afastar se deu a partir de acusações sobre minha conduta no mandato”. Ele também afirmou: “Apesar do meu posicionamento em reafirmar que as acusações que circulam são falsas e têm o objetivo de manchar a minha imagem, o MBL entendeu que tudo isso poderia marcar, de maneira ruim, a história do movimento. Reafirmo que existe uma articulação de pessoas ruins com o objetivo de me prejudicar. Bati em muita gente grande, e eles fabricaram tudo, mesmo que baseado em suposições”.

Foto: Reginaldo Ipé / CMS

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