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O FUTURO DA ARTE E A ARTE DO FUTURO – SÉRGIO FARIA

Redação - 07/11/2025 07:15 - Atualizado 07/11/2025

Quando a IA começar a criar arte que emocione os humanos, estaremos diante de uma nova forma de consciência – ou de uma simulação perfeita dela.

Yuval Noah Harari

A arte reflete o que  de mais sensível na alma e o criador de conteúdo artístico, seja na arquitetura, escultura, pintura, música, literatura, dança oucinema (a sétima arte), precisa ter sensibilidade para despertar no públicoatravés do seu trabalho, diferentes emoções.

Uma das mais geniais composições eruditas de todos os tempos é, sem dúvida alguma, o trecho do quarto movimento da nona sinfonia de Beethoven, conhecido como Ode to Joy (Ode à Alegria), que dura em torno de 25 minutossendo absolutamente impossível alguém permanecer indiferente a suaexecução.

Na escultura, o jovem Michelangeloentão comapenas 26 anos, fez nascer Davi a partir de umbloco de mármore carrara, obra monumentalcom5,17 metros de altura, exemplo de perfeiçãoanatômica e realismo, símbolo maior da força e da coragem, valores essenciais para o homemrenascentista.

Ainda nas artes visuaisVIncente Van Gogh, Internado para tratamento psquiátrico em Saint-Rémy, transformou o sofrimento pessoal na maispura expressão da beleza, pintando o quadro TheStarry Night (A Noite Estrelada), visual inconfundívelum show de movimento, luz e cores.

Na literatura, a tragédia de Hamlet, escrita por volta de 1600, trascende seu tempo e reflete a condiçãohumana. Sendo uma das obras mais lidas e estudadas no mundo, se constitue em um marco para a literatura universal, representando o padrãode comportamento do homem moderno, consciente, pensativo e permanentemente atordoado por suadúvidas

De certo, se poderia ilustrar estas constataçõestrazendo à memória uma lista interminável de gêniosquecom inteligência e criatividade, marcaramdefinitivamente a evolução da humanidade atravésda arte: Bach, MozartPollockGaudíZaha HadidCervantes, Camões, Monet, Picasso, Villa LobosLeonardo da VinciHermeto Pascoal, NanáVasconcelos, Neruda, Niemeyer, Santiago Calatrava, Dante AlighieriTarsila do AmaralTom JobimCastro Alves, Fernando Pessoa, Machado de AssisFellini, Garcia MarquezCora CoralinaJosé Saramago

Vira e mexe e, no vazio das noites de insôniavouacrescentando a essa lista muitos outros nomesigualmente geniais e fico me perguntando sobre a arte e o papel do artista na era da InteligênciaArtificial (IA).

Como garantir a autenticidade de uma obra? autenticidade permanecerá como um valor da criação artística?

Qual o comportamento esperado para os consumidadores da arte? Com que critérioscontemplaremos uma obra? Seremos capazes de nos emocionar e nos sensibilizar diante de umtrabalho realizado com a combinação de recursos artificiais

Caberá ao artista do futuro um ofício cada vez maismecânico, burocrático e bem menos inventivo, ou o artista, até aqui criador, assumirá um novo papel, o de curador e organizador das contribuições geradascom o emprego de tecnologias avançadas?

A IA elimina a criatividadeouao contráriooferecenovos e importantes instrumentos para que o artista possa ampliar o uso da criatividade?

Possivelmenteno curto e médio prazos, essasindagações serão consideradas ingênuasfruto da ansiedade, do espanto e da inquietação diante do desconhecidomas o fato é que são perguntas para as quaisneste exato momento, ainda não se pode precisar as resposta.

É viver para crer“…

Sérgio Faria, engenheiro e escritor, presidente da ALAS – Academia de Letras e Artes do Salvador e membro da ABROL – Academia Brasileira Rotária de Letras

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