

A partir deste mês de novembro, novas unidades da Hapvida começarão a atender pacientes da rede pública pelo programa federal “Agora Tem Especialistas”, integrado à estratégia do governo federal para reduzir filas e diminuir o tempo de espera no Sistema Único de Saúde (SUS). Os atendimentos estarão disponíveis nos estados do Pará, Ceará, Pernambuco e também no Distrito Federal.
O anúncio foi realizado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o 29º Congresso Abramge, em São Paulo, no dia 30 de outubro, quando também confirmou a adesão do Hospital Santa Marcelina, referência na Zona Leste da capital paulista, ao programa. Atualmente, 12 instituições participam da iniciativa, incluindo hospitais como Cynthia Charone (PA), Santa Casa de Sobral (CE), Beneficência Portuguesa (PA), Imip (PE) e Santa Casa de Porto Alegre (RS). “O Agora Tem Especialistas concretiza a parceria necessária para acabar com o tempo de espera no SUS. Estamos transformando dívidas e incentivos fiscais em mais cirurgias, exames e consultas, garantindo atendimento gratuito e digno à população”, afirmou Padilha durante o evento.
Como funciona
Hospitais privados e filantrópicos habilitados no programa poderão abater dívidas com a União por meio da prestação de serviços ao SUS. No caso da Hapvida, o abatimento ocorre sobre dívidas de ressarcimento ao SUS, que surgem quando pacientes de planos de saúde são atendidos na rede pública. Já outras instituições podem compensar débitos tributários vencidos ou a vencer com os créditos obtidos pela prestação de serviços.
Primeiros atendimentos e prioridades
O programa começou em agosto, no Hospital Ariano Suassuna, em Recife (PE), com cirurgias de prótese de quadril, procedimentos de vesícula e exames de imagem. As especialidades prioritárias incluem oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. A expectativa é que até R$ 3,3 bilhões sejam convertidos em serviços de saúde por meio do programa.
Expansão regional
A Hapvida mobilizará equipes médicas ao longo de novembro para atender pacientes encaminhados pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde no Norte, Nordeste e Distrito Federal. O objetivo é ampliar rapidamente a capacidade do SUS com suporte da rede privada.
Inovação e tecnologia
Durante o Congresso, Padilha também anunciou a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) com a HealthAI – The Global Agency for Responsible AI in Health, formalizando a entrada do Brasil na rede global de regulação em inteligência artificial aplicada à saúde. O acordo de 24 meses visa mapear a maturidade regulatória brasileira e desenvolver planos de implementação personalizados, garantindo uso ético e seguro da IA, respeitando a LGPD e a soberania digital do país.
Foto: Rafael Nascimento/MS