O deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP) se retratou neste domingo (21), durante agenda em Pedro Alexandre (BA), e disse ter se arrependido de votar a favor da PEC da Blindagem. O parlamentar declarou ter sido “enganado” pelas alterações feitas no texto às vésperas da votação na Câmara.
Segundo Negromonte Júnior, a proposta chegou ao plenário como “PEC das Prerrogativas”, com a justificativa de restabelecer direitos constitucionais, mas foi modificada de última hora. “No dia da votação, muda-se o texto sem os deputados saberem, isso com acordo com os partidos e fomos pegos de surpresa. A PEC da Prerrogativa virou a PEC da Blindagem e depois a PEC da Bandidagem”, criticou.
O deputado disse ainda ter votado acreditando defender a Justiça e a Constituição, mas reconheceu que o resultado desagradou à população. Ele reforçou ser contrário à anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. “Os bons políticos precisam estar na política e os maus precisam sair. E os bandidos não podem entrar. Logo em seguida votei contra a anistia. Quem deve, tem que pagar”, afirmou.
A declaração ocorreu dois dias após Gabriel Nunes (PSD) também se desculpar publicamente. Em nota divulgada na sexta-feira (19), o parlamentar admitiu erro e prometeu votar contra a PEC caso o texto volte à pauta. “Reconheço, com humildade, que não escolhemos o melhor caminho e que a PEC acabou sendo aprovada de maneira que vai contra princípios que sempre pautaram meu mandato: transparência, fiscalização e respeito às instituições democráticas”, disse.
A proposta, aprovada pela Câmara, limita investigações e prisões de parlamentares sem aval do Congresso e estende foro privilegiado a presidentes de partidos com representação no Legislativo, garantindo julgamento direto no Supremo Tribunal Federal (STF).
Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados