A Polícia Federal, por meio da Operação Overclean, apontou indícios da participação do deputado federal Elmar Nascimento (União) em um esquema de fraude a licitações e desvio de dinheiro público na Bahia. As apurações também investigam superfaturamento e corrupção em contratos de limpeza urbana e pavimentação em cidades do interior.
Segundo os investigadores, a suposta atuação de Elmar ocorreria por meio do envio de emendas parlamentares para Campo Formoso, onde seu irmão, Elmo Nascimento (União), é prefeito. A gestão municipal teria firmado dois contratos suspeitos, no valor de R$ 51 milhões, com a empresa Allpha Pavimentações, dos empresários Alex e Fabio Parente.
A defesa do deputado classificou como rotina política o diálogo entre Elmar e Alex Parente sobre a inauguração de uma obra em Campo Formoso. “Nada mais é que um diálogo regular sobre o dia ideal para que o maior número de autoridades pudessem estar presentes no evento de inauguração de obra já concluída.”
Os advogados afirmaram ainda que os indícios contra o parlamentar são frágeis e destacaram posicionamento da PGR, que, após meses de investigação, “se manifestou contra qualquer diligência contra ele”.
Questionada sobre uma empresa ligada à esposa de Elmar, a defesa declarou que “a empresa a que se refere a polícia ainda estava em fase de constituição e sequer possuía conta corrente. Não assumiu qualquer tipo de despesa para além das taxas burocráticas cobradas para seu estabelecimento”.
Sobre a negociação de um apartamento com o empresário Marcos Moura, o deputado afirmou. “O apartamento negociado com o empresário Marcos Moura é assunto antigo e já esclarecido. Trata-se de negócio regular, registrado em cartório e objeto de financiamento bancário.”
A defesa também declarou que Elmar “desconhece qualquer relação de Amaury com os fatos objeto de investigação”.
Em resposta ao UOL, a Codevasf afirmou que “mantém compromisso com a elucidação dos fatos e com a integridade de suas ações — e que continuará a prover suporte integral ao trabalho das autoridades policiais e da Justiça”.
O UOL informou ainda que procurou a Prefeitura de Campo Formoso, a empresa Lumax e o vereador Francisco Nascimento, mas não obteve resposta.
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados
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