A praia do Futuro, na capital cearense, receberá em outubro a inauguração do terceiro data center da Tecto, uma empresa de infraestrutura digital do grupo BTG. A obra é parte de uma tendência maior que levou o estado do Ceará ao posto de terceiro maior polo de data centers do país. O estado ainda deve receber um complexo da Casa dos Ventos para receber máquinas do TikTok. Ficará então atrás somente de São Paulo.
Em 2024, Fortaleza tinha 20 MW de capacidade instalada, e a Tecto irá adicionar mais 10 MW com a unidade batizada de Mega Lobster, com possibilidade de expansão para 20 MW, em uma obra de R$ 550 milhões. O tamanho do data center é aferido por quanta energia elétrica ele consegue oferecer aos servidores que lá operam.
Em Caucaia, na região metropolitana da capital cearense, o empreendimento da Casa dos Ventos terá, em uma primeira fase, 300 MW, o que deve aumentar a capacidade de processamento de dados do país em 30%. Nesse caso, a construção deve envolver R$ 12 bilhões em investimentos —R$ 38 bilhões ainda serão gastos pelos clientes da Casa dos Ventos para importar computadores do exterior.
O estado é estratégico para a infraestrutura por três razões, diz o presidente da Etice (Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará). Está próximo de Estados Unidos, Europa e África, tem uma posição privilegiada por 16 cabos submarinos, e oferece lotes a preços baixos, em comparação aos valores praticados em São Paulo e Rio de Janeiro.
Para as empresas brasileiras, o data center é um negócio sobretudo imobiliário. As companhias locais constroem os prédios para atender aos requisitos de segurança e resiliência energética pedidas pelas multinacionais de tecnologia —a localização em um ponto conectado é uma vantagem adicional. Toda a compra de computadores, que corresponde por 70% do investimento, fica a cargo da empresa estrangeira.
O Ceará agora também tenta agilizar a formação de mão de obra especializada. Embora o estado tenha um centro de pesquisa relevante na UFC (Universidade Federal do Ceará) e um segundo em construção no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
Com informações da Folha de S. Paulo*