O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) Ricardo Alban, comemorou a liberação de R$ 12 bilhões para a indústria 4.0. O projeto foi anunciado hoje pela manha (26) em evento no palácio do planalto com o presidente Luis Inácio Lula da Silva. O credito será viabilizado por meio do BNDES e Finep. “A indústria terá mais R$ 12 bilhões em linha de crédito para investir em tecnologias da indústria 4.0, como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), robótica e nuvem. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o financiamento é importante para continuidade da Nova Indústria Brasil (NIB), especialmente diante do desafio das novas tarifas e rearranjo das cadeias globais”, disse Alban.
A linha Crédito Indústria 4.0, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), mescla a Taxa Referencial (TR) com custos de mercado e é voltada para empresas de diferentes portes. “Nós temos uma política industrial, que nos mostra o caminho, e esse tipo de iniciativa [financiamento] tem que ser um movimento contínuo e crescente, como o mundo todo vem fazendo. O custo financeiro sufoca e tira a vontade de empreender”, observou o presidente da CNI, Ricardo Alban.
O anúncio da nova linha de crédito aconteceu nesta segunda-feira (25) no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. “O investimento em máquinas e equipamentos faz com que a indústria ganhe competitividade, reduza custos e modernize seu parque industrial. Esses R$ 12 bilhões para bens de capital terão juros entre 7,5% e 8% mais o spread”, destacou Geraldo Alckmin.
Ao lado do presidente da CNI, Ricardo Alban, estavam os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; e da Casa Civil, Rui Costa; e os presidentes do BNDES, Aloizio Mercadante, e da Finep, Luiz Antonio Elias; além de representantes do setor produtivo. A medida é resultado da Resolução nº 5.232, de julho deste ano, do Conselho Monetário Nacional, que ampliou para até 2,5% do saldo dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), sob gestão do BNDES, que podem financiar projetos ao custo da TR.
Ao misturar TR e taxas de mercado, o custo financeiro da linha não ultrapassará 8,5% ao ano, beneficiando mais projetos, principalmente de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que verão a redução, em média, de 6% das taxas atualmente pagas em financiamentos. Todos os bancos credenciados ao BNDES estarão aptos a repassar os recursos. BNDES tem R$ 10 bilhões para digitalização: no BNDES, a linha Crédito Indústria 4.0 tem R$ 10 bilhões para impulsionar investimentos em bens de capital que incorporem tecnologias em robótica, inteligência artificial, computação na nuvem, sensoriamento, comunicação máquina a máquina e IoT, entre outras, todos credenciados no BNDES. A iniciativa é parte do eixo de inovação e digitalização do Plano Mais Produção, que integra a Nova Indústria Brasil (NIB).
Finep disponibiliza R$ 2 bilhões para Norte, Nordeste e Centro-Oeste: a Finep complementa a ação, seguindo no propósito de reduzir as assimetrias regionais e estimular a indústria nacional de bens de capital, alocando R$ 2 bilhões de crédito na linha Difusão Tecnológica exclusivamente para empresas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Critérios
Para aquisição de máquinas e equipamentos 4.0, MPMEs com projetos de até R$ 50 milhões terão acesso a financiamento na forma indireta, por meio da rede credenciada de instituições do BNDES. Para médias e grandes empresas com projetos de até R$ 300 milhões, o financiamento será feito diretamente com o BNDES. O Banco também apoiará fabricantes de máquinas e equipamentos 4.0 na comercialização de seus equipamentos credenciados, no valor de até R$ 300 milhões.
A indústria de máquinas e equipamentos desempenha papel central para o aumento da produtividade em toda a indústria. Estudo da CNI mostra que as máquinas da indústria brasileira têm em média 14 anos e que quatro em cada dez equipamentos das empresas industriais estão próximos ou ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal. A defasagem tecnológica aumenta custos de manutenção, consumo energético e impacta negativamente a competitividade do país.
A Nova Indústria Brasil (NIB) é a política de reindustrialização do governo federal, que busca estimular investimentos em áreas estratégicas para o país, chamadas de missões: agroindústria e segurança alimentar, saúde, mobilidade verde e bem-estar nas cidades, produtividade e transformação digital, descarbonização e transição energética e defesa e soberania nacionais.
De acordo com a última edição do Radar da Indústria, o Plano Mais Produção (P+P) já disponibilizou, até o 2º trimestre de 2025, mais de R$ 470 bilhões em 168 mil projetos espalhados por todo o país. O P+P faz parte da Nova Indústria Brasil (NIB) com um conjunto de soluções para viabilizar o financiamento da política industrial.
O Plano Mais Produção se divide em quatro eixos, que indicam o que se espera para a indústria brasileira:
Por meio desses eixos, o governo oferece linhas de crédito, equity (modalidade de investimento em que o investidor compra parte de uma empresa e se torna sócio) e recursos não reembolsáveis para desenvolvimento tecnológico e inovação industrial. Conheça as linhas de financiamento da NIB e saiba como participar: https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/economia/o-que-pode-ser-financiado-pela-nova-industria-brasil-o-nac-responde/. Os agentes financeiros do P+P são BNDES, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil