“O prazo de validade da sua empresa está vencendo. Se você não mudar o seu modelo de negócios e sua filosofia de gestão, sua operação não passará de dois anos. Desculpe-me pela crueza das palavras, mas alguém precisa fazer esse alerta.”
Com essas palavras recebi o fundador de uma empresa familiar para um café da manhã, em um hotel em Belo Horizonte. Ele concentrava em si as responsabilidades de ser o principal acionista, presidente do Conselho de Administração e também de CEO da organização.
A conversa teve momentos tensos. Entretanto, eu tinha feito meu dever de casa e levei material, demonstrando o círculo vicioso no qual a empresa dele se encontrava, formado por perda de receita, rentabilidade decrescente, caixa abaixo da linha saudável, endividamento alto, clientes se afastando, concorrentes se aproximando, equipe interna pouco profissionalizada, entre outros fatores.
Como é difícil argumentar contra dados e fatos, ele ficou mais propenso a ouvir e pensar. Eu não sentia nenhum prazer em tratar daquele assunto e, tampouco, de falar daquela forma, mas tinha refletido muito sobre a situação da empresa e decidi dizer o que estava pensando de forma clara e direta, porém, elegante, e não o que ele gostaria de ouvir.
Me sentia como um médico ao revelar para o paciente que suas taxas de glicemia, colesterol e pressão arterial estão funcionando como uma bomba relógio destinada a um AVC ou infarto fulminante.
Somente consegui relaxar quando ele tocou no meu antebraço e disse: “grato pela coragem de conversar assim comigo. Percebo que está preocupado, mas deixe-me tranquilizar você, pois percebo que meu negócio está sendo atingido por mísseis externos e também por algumas granadas internas da própria empresa. O que devo fazer?”.
Aí, enumerei para ele sete alavancas que podem ajudá-lo a virar o jogo no negócio dele, que atua no B2B2C. Ou seja, a fábrica produz bens vendidos a distribuidores que, por sua vez, vendem para consumidores:
Essas sete sugestões não são genéricas. Embora saibamos que cada caso é um caso, servem para ilustrar as complexas e delicadas iniciativas que os líderes precisam tomar para garantir o amanhã das suas empresas nesse momento intenso, veloz e repleto de incertezas que constituem o atual ambiente corporativo.
César Souza, consultor e conselheiro de empresas, é o Presidente do Grupo Empreenda