A vereadora Marta Rodrigues (PT) voltou a cobrar, nesta quinta (7), explicações urgentes da Prefeitura de Salvador sobre a renovação, por mais 20 anos, do contrato de concessão do aterro sanitário da cidade, localizado na região da CIA‑Aeroporto. Segundo a parlamentar, a decisão foi tomada sem qualquer debate público ou transparência, mesmo diante de denúncias graves de crimes ambientais e descumprimento de condicionantes fiscais.
Vídeos recentes que circulam nas redes sociais mostram imagens alarmantes do aterro, acompanhadas de relatos sobre irregularidades ambientais e riscos à saúde dos moradores do entorno. “É um escândalo. A gestão municipal ignora as denúncias, não dá satisfação à população e ainda premia com a renovação de contrato uma empresa acusada de causar sérios danos ao meio ambiente. Isso precisa ser investigado com urgência”, destacou Marta.
A parlamentar ressaltou que a situação da coleta de lixo na capital está repleta de nebulosidade. Ela lembra que denúncias recorrentes envolvem a Limpurb — e cita especialmente a prisão do empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo da Bahia”, na Operação Overclean. Moura, apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema bilionário de fraudes em licitações e superfaturamento de contratos de limpeza urbana, chegou a controlar contratos milionarios com a prefeitura.
“A questão do lixo em Salvador, da coleta e do aterro sempre teve envolvida em nebulosidade. E não deve ser coincidência que o Rei do Lixo, envolvido em tanta corrupção, mantinha forte proximidade com o prefeito de Salvador e com vice‑presidente do partido que ele faz parte, o ex- prefeito ACM Neto”, lembra.
Tanto vídeos das redes sociais quanto relatórios oficiais indicam que a limpeza urbana precisa ser alvo de fiscalização rigorosa. A petista recorda que a empresa responsável já foi alvo de investigações e até parece ter sido beneficiada por conexões partidárias. “A população de Salvador tem o direito de saber por que um contrato dessa magnitude foi prorrogado sem consulta pública e sem se levar em conta alertas ambientais”, declarou.
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