Após o bombardeio ordenado por Donald Trump contra instalações nucleares no Irã, o Parlamento do Irã aprovou fechamento do Estreito de Ormuz, segundo a mídia local. A medida ainda precisa passar pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo aiatolá Khamenei para entrar em vigor.
O bloqueio interrompe o fluxo de cerca de 30% de todo o petróleo comercializado globalmente. O bloqueio da via marítima, localizada entre Omã e o Irã, é considerado uma retaliação do governo iraniano aos ataques dos EUA a três instalações nucleares do país. Os EUA são os responsáveis por proteger a navegação comercial no Estreito de Ormuz. A região é monitorada pela 5ª Frota da Marinha americana, com base no Bahrein.
O fechamento do Estreito de Ormuz pode provocar a disparada no preço do barril de petróleo. Com o confronto entre Israel e Irã, navios petroleiros foram orientados por agências marítimas a redobrar a cautela na região. O preço do petróleo já registra forte alta desde a última sexta-feira (13), quando começaram as ofensivas. Só no primeiro dia de conflito, o salto foi de 8%. Veja o acumulado:
A disparada já no primeiro dia de conflito representou um dos maiores movimentos intradiários (que acontecem no mesmo dia) para ambos os contratos desde 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou um salto nos preços da energia. Analistas do JPMorgan afirmaram que, no pior cenário, o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril.
Ao longo dos últimos anos, o Irã já ameaçou bloquear o estreito em diversas ocasiões, mas nunca cumpriu a promessa. Uma das vezes foi em 2019, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo nuclear firmado com o país — o republicano, inclusive, busca atualmente um novo acordo com os iranianos.
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