sábado, 07 de junho de 2025
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BALANÇA COMERCIAL TEM SUPERÁVIT MAIS BAIXO EM TRÊS ANOS

Victoria Isabel - 05/06/2025 18:58

A queda no preço de diversas commodities (bens primários com cotação internacional) e o crescimento econômico fizeram a balança comercial registrar o superávit mais baixo para meses de maio em três anos. No mês passado, o país exportou US$ 7,238 bilhões a mais do que importou, queda de 12,8% em relação ao registrado no mesmo mês de 2024.

Os números foram divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O superávit em maio é o menor desde 2022, quando o resultado positivo ficou em US$ 4,958 bilhões.

A balança comercial acumula superávit de US$ 24,432 bilhões nos cinco primeiros meses de 2025. O valor representa queda de 30,6% em relação aos mesmos meses do ano passado. O recuo no valor acumulado ocorreu porque a balança comercial teve déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, motivado pela importação de uma plataforma de petróleo.

As exportações ficaram estáveis, mas as importações cresceram. Em maio, o país exportou US$ 30,156 bilhões, com queda de 0,1% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado. Este é o terceiro maior valor da história, só perdendo para maio de 2023 e de 2024.

As importações somaram US$ 22,918 bilhões, com alta de 4,7% na mesma comparação. O valor é o segundo maior da série histórica para o mês, só perdendo para maio de 2022.

Do lado das exportações, as vendas externas de soja, principal produto da agropecuária, caíram 3,9% em relação a maio do ano passado, por causa da queda de 8,4% dos preços médios. O volume vendido subiu 4,9%. Além disso, o milho e o algodão, dois dos principais produtos de exportação do agronegócio, tiveram queda de preço e de quantidade em maio.

As vendas de petróleo recuaram 9,7%, também motivadas pela redução de 15,2% nos preços, com o volume exportado subindo 6,5%. As exportações de minério de ferro recuaram 4,7%. Apesar de a quantidade ter subido 7,4%, os preços caíram 11,3%.

No entanto, a alta no preço do café e da carne bovina ajudou a sustentar a balança. As vendas de alguns produtos, como carne bovina, celulose, veículos e ferro-gusa, subiram no mês passado, compensando a diminuição na exportação dos demais produtos.

Do lado das importações, as aquisições de adubos e fertilizantes, veículos de passageiros, motores, máquinas, compostos químicos e componentes de veículos subiram. A maior alta ocorreu com os fertilizantes, cujo valor comprado aumentou US$ 257,9 milhões (+25,9%) em maio na comparação com maio do ano passado.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 2,5%. Os preços, no entanto, recuaram 2,5% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada subiu 7,7%, impulsionada pelo crescimento econômico, mas os preços médios recuaram 3,3%, refletindo a queda no valor das commodities (bens primários com cotação internacional).

Setores

No setor agropecuário, a queda na quantidade vendida pesou mais para o recuo de 0,6% nas exportações do segmento. O volume de mercadorias embarcadas caiu 5,4% em abril na comparação com o mesmo mês de 2024, enquanto o preço médio subiu 6,4%.

Na indústria de transformação, a quantidade subiu 5,2% e o preço médio caiu 1,9%, refletindo uma certa recuperação econômica na Argentina, o maior comprador de bens industrializados do Brasil.

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 7,1%, enquanto os preços médios recuaram 12,8%, fruto da desaceleração econômica na China e do acirramento da guerra comercial por parte do governo de Donald Trump.

Foto: Tânia Rêgo/Fonte: Agência Brasil

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