Segundo dados divulgados pela rede MapBiomas nesta quinta-feira (15),o desmatamento caiu em todos os biomas brasileiros em 2024. No entanto, mesmo com a boa notícia, essa atividade continua avançando e o Cerrado perdeu 652.197 hectares: foi o ecossistema mais desmatado nesse período.
As informações fazem parte da nova edição do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD) e apontam que a diminuição das áreas desmatadas nos seis biomas foi de 32,4%. Este é o segundo ano consecutivo de redução no desmatamento. Em 2023, a retração havia sido de mais de 11% em comparação com 2022. Em seis anos, o Brasil perdeu uma área de vegetação equivalente a Coreia do Sul. Foram 9.880.551 hectares desmatados entre 2019 a 2024 e 67% desse valor ( 6.647.146 hectares) somente na região da Amazônia Legal.
Alcançar o desmatamento zero na Amazônia até 2030 é uma das promessas de campanha do presidente Lula. Apesar dos avanços, outros estudos e levantamentos mostram que a situação ainda é de alerta. Em um estudo publicado na revista científica “Global Change Biology”, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade de São Paulo alertam que o avanço da degradação florestal pode comprometer o saldo ambiental positivo registrado no bioma amazônico. Entre 2022 e 2024, a área degradada na Amazônia cresceu 163%, impulsionada sobretudo por incêndios florestais durante períodos de seca extrema. Em 2024, foram degradados 25 mil km² de floresta — uma área maior que o estado de Sergipe — enquanto o desmatamento caiu 54% no mesmo intervalo.
O MapBiomas mostra que mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil nos últimos seis anos ocorreram por conta agropecuária e ainda explica que dependendo do bioma, outros causadores de desmatamento tem diferentes influências. Por exemplo, 99% de toda a área desmatada pelo garimpo está na Amazônia.
Foto: Divulgação / PNCV