O governo brasileiro quer uma resposta das estatais chinesas sobre a possibilidade de investir nas ferrovias de Integração Centro-Oeste (Fico) e de Integração Leste-Oeste (Fiol), até a Cúpula dos Brics, que acontece nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.
Esse corredor de 2,7 mil quilômetros que passaria pelos estados da Bahia, Tocantins, Goiás e Mato Grosso seria um primeiro passo para a criação de um corredor bioceânico, mas esse é um projeto gigantesco.
O ex-governador da Bahia, Rui Costa, titular da Casa Civil, indicou que as obras no segundo trecho da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), em Goiás, e do terceiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), na Bahia, podem ser atrativas aos chineses.
Essa ligação faria parte de uma possível ligação bioceânica, ligando Atlântico ao Pacífico, mas ele reconheceu que não é algo simples, “é um arranjo gigantesco de investimento, com o ‘pequeno’ detalhe de atravessar a cordilheira dos Andes”.
“O que queremos agora é chamá-los para participar desse projeto em construção no Brasil”, disse Rui Costa.
O ex-governador da Bahia disse que os chineses têm um processo decisório mais lento e que por isso o governo brasileiro planeja fazer fóruns de apresentação antecipada dos projetos que serão leiloados em infraestrutura (estradas, ferrovias, portos e aeroportos) a fim de que possam de fato aparecer nas concorrências. Os editais, lembrou ele, têm duração de 100 dias.
A ministra Simone Tebet também pediu uma decisão de investimentos pelos chineses, a respeito da parte brasileira da ferrovia do corredor bioceânico, em 30 dias – a tempo da prevista visita de Xi Jinping ao Rio de Janeiro, em julho, para a Cúpula do Brics. Ela apelou aos empresários chineses e autoridades do governo dizendo que o Brasil não tem recursos orçamentários suficientes para tocar o projeto sozinho e depende da parceria.
“Nós temos hoje uma conversa com o governo chinês, especialmente no que se refere à ferrovia, e temos um prazo de, nos próximos 30 dias, estamos vendo a oportunidade de fazermos um projeto ferroviário rasgando o Brasil em ferrovia na área considerada o celeiro do Brasil. Nós estamos falando de interligar a Bahia, a região de Matopiba, o centro-oeste, que é o celeiro do Brasil, com o maior investimento chinês na América do Sul, que é o porto de Chancay”, disse Tebet. Com informações da Folha e CNN.