Com intuito de ampliar as políticas de igualdade e inclusão da Pessoa com Deficiência (PCD) em Salvador, a Prefeitura tem investido intensamente em capacitações dos seus servidores e da sociedade civil como um todo. De janeiro a maio deste ano, quase 600 pessoas passaram pelo curso de Libras, ofertado pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre). De acordo com a Diretoria da Pessoa com Deficiência do órgão, responsável pela iniciativa, a previsão é que até o final de 2025 outras seis turmas passem pelo curso, totalizando cerca de 850 pessoas formadas na língua de sinais.
Nesta quinta-feira (8), mais uma turma iniciou as aulas na sede da Fundação Gregório de Matos (FGM), na Barroquinha. Com carga horária de 30 horas, o curso se estende até o final de julho, com atividades realizadas sempre às quintas-feiras, das 9h às 12h. Entre os participantes estava a cuidadora de idosos Edna Souza, que fez questão de sair bem cedo da comunidade onde mora, no bairro do Cabula.
“Não quis correr o risco de me atrasar. Fui uma das primeiras a chegar e não quero perder um ensinamento sequer. Fiquei muito feliz quando minha filha me inscreveu”, disse. Segundo ela, o aprendizado da língua de sinais é fundamental para o exercício da profissão. “Cuido de muita gente surda e também de muitos idosos que ouvem pouco. Aprender a fazer os gestos certos vai me ajudar muito na comunicação com eles”, pontuou a aluna.
Na opinião de Divanildo Oliveira, 56 anos, professor surdo de Libras que trabalha há décadas na área, a formação da sociedade na língua de sinais é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
“É muito importante a comunicação para o contato com o surdo. A verdade é que as pessoas não sabem como conversar com esse público, existem barreiras e precisamos vencê-las através do conhecimento das Libras. A língua é uma porta aberta para a comunicação entre as pessoas que escutam e as que são surdas”, frisou.
A diretora da Pessoa com Deficiência da Sempre, Daiane Pina, afirma que o curso visa a inclusão e, consequentemente, a melhoria da qualidade do serviço público.
“O objetivo é preparar nosso servidor para atender bem às pessoas surdas nos equipamentos da Prefeitura. Nós trabalhamos para andar em conformidade com a Lei de Libras que completou 23 anos neste ano e aborda a questão da sensibilidade e do respeito a diversidade humana. Então, esse é objetivo da gestão, cuidar e acolher pessoas, independente da língua que falem”, afirmou Pina.
Foto: Otávio Santos/ Secom PMS
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