terça, 06 de maio de 2025
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TERAPIA VENOSA CONTRIBUI PARA REDUÇÃO DA DOR E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM FIBROMIALGIA

João Paulo - 06/05/2025 11:54 - Atualizado 06/05/2025

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Fibromialgia cerca de 3% da população mundial sofre com a fibromialgia, sendo a maior parte delas mulheres (entre 70% a 90%), com idade entre 30 e 50 anos. Entretanto, homens, idosos, jovens, adolescentes e até mesmo crianças também podem ser acometidos pela síndrome que ocasiona dor muscular crônica e generalizada. Pacientes com fibromialgia também costumam apresentar alterações no sono, cansaço, dificuldade de concentração, falhas de memória, além de transtornos psicológicos como ansiedade e depressão, é o que explica o médico acupunturiatra e especialista em dor, Tiago Gravatá (@dr.tiagogravata). Como forma de ampliar a conscientização das pessoas sobre essa condição de saúde crônica e muitas vezes debilitante foi instituída a data 12 de maio como o Dia Mundial de Conscientização da Fibromialgia.

Convivendo com dores na cabeça, pernas, pescoço, lombar, tornozelos e costas desde a infância, a artesã Adriane Novaes, de 21 anos, recebeu o diagnóstico de fibromialgia em 2020. Segundo relata, as dores, constantes e fortes, muitas vezes a impedem de se concentrar e até realizar tarefas simples como varrer a casa, lavar louças e pentear o cabelo. “Sinto um formigamento nas pernas que dificulta a minha caminhada e até mesmo ficar em pé ou sentada por muito tempo. Também tenho notado dificuldade e falta de força nos braços e nas pernas, como se meu corpo não respondesse como antes. O cansaço e a fadiga são diários, mesmo após descanso e tornam qualquer atividade um grande desafio. Tudo isso gera um impacto emocional muito grande, desenvolvi depressão profunda, síndrome do pânico e ansiedade”, diz Adriane.

A demora no diagnóstico preciso se deu, segundo a artesã, devido a sua idade. “Não é comum pessoas tão novas como eu ter fibromialgia”. De acordo com o médico acupunturiatra e gestor da Clínica Tavares Medicina Integral (@tavares.medintegral), Orlando Tavares (dr.orlandotavares), assim como Adriane, a maioria dos pacientes fibromiálgicos demora em obter esse diagnóstico. “Isso ocorre porque não existe um exame específico que confirme a fibromialgia. Esse é um diagnóstico clínico, feito de maneira individualizada, baseado na história clínica do paciente, na avaliação dos seus sintomas e, até mesmo, na sua bagagem psíquica”, diz Tavares.

Os médicos afirmam que não existe uma terapia única para o alívio dos sintomas da fibromialgia, e que por se tratar de uma doença crônica, ou seja, sem cura, o mais recomendado é indicar ao paciente uma combinação de abordagens como a prática regular de exercícios físicos, terapia cognitiva-comportamental, medicamentos e terapias complementares a exemplo da acupuntura, auriculoterapia e da ventosaterapia.

Para pacientes que mesmo seguindo todos estes tratamentos e ainda assim não conseguem encontrar alívio nas dores, existe também a indicação do bloqueio periférico, técnica que utiliza anestésicos locais perto de um ou mais nervos cranianos específicos que são suspeitos de estar contribuindo para a dor e o bloqueio simpático venoso (BSV), este último uma técnica minimamente invasiva, que consiste na infusão de anestésicos locais por via intravenosa, bloqueando a transmissão dos sinais de dor pelo sistema nervoso simpático.

“Quando fazemos o bloqueio venoso, os medicamentos utilizados atuam também modificando a condutância, que é a capacidade de conduzir a eletricidade da membrana dos neurônios e das células musculares. Ela está implicada na analgesia, com a interação em diferentes receptores e via de transmissão nociceptiva, podendo atuar diretamente no sistema nervoso periférico e sistema nervoso central, resultando em uma analgesia mais duradoura fazendo com que o paciente consiga melhorar sua qualidade de vida”, explica Tiago Gravatá.

“O bloqueio venoso tem sido um grande aliado na melhora da minha qualidade de vida. Desde que comecei o tratamento, em janeiro de 2025, percebi um alívio nas dores que antes eram constantes e limitantes. Já o bloqueio nos pontos específicos ajuda a aliviar o formigamento nas pernas, diminui as dores nos tornozelos e proporciona um alívio mais nas regiões afetadas pela fibromialgia. Com menos dor, consigo realizar algumas atividades e tenho um pouco de disposição e esperança de dias melhores”, afirma Adriane.

 

Foto: Divulgação

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