Em alusão ao Dia do Trabalhador, celebrado nesta quarta-feira (1º), a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou um panorama detalhado sobre o mercado de trabalho no estado. O levantamento tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, e compara os dados de 2024 com os de 2023. As análises foram organizadas pela Diretoria de Pesquisas da SEI.
De acordo com o relatório, 2024 trouxe resultados amplamente positivos para o mercado de trabalho baiano, em um contexto de crescimento econômico nacional. A taxa média de desemprego na Bahia caiu pelo terceiro ano seguido, alcançando 10,8% da população economicamente ativa — a segunda menor taxa da série histórica, ficando atrás apenas de 2014 (9,8%).
O recuo no desemprego decorre de dois fatores simultâneos: aumento no número de pessoas ocupadas e diminuição no total de desocupados. A população ocupada atingiu 6,42 milhões de pessoas, o maior número já registrado no estado, consolidando uma sequência de quatro anos de crescimento.
Outro dado de destaque é o avanço da formalização no mercado de trabalho. O crescimento da ocupação de 2023 para 2024 foi impulsionado, majoritariamente, por vínculos formais, enquanto o número de trabalhadores informais cresceu em ritmo mais lento. A taxa de informalidade caiu para 51,4%, a segunda menor já registrada, com queda mais acentuada na Bahia (-2,3 pontos percentuais) do que no Brasil como um todo (-0,2 p.p.).
O número de pessoas em situação de desalento também caiu, somando 540 mil em 2024 — o menor nível desde 2016.
Na comparação com o restante do país e da região Nordeste, a Bahia se destacou em diversos indicadores. O crescimento da população ocupada foi de 5,7%, frente a 2,6% no Brasil e 4,8% no Nordeste. Já o número de desocupados caiu 15,5% no estado, enquanto o recuo foi de 13,2% nacionalmente.
O rendimento médio real dos trabalhadores também cresceu de forma expressiva, chegando a R$ 2.165 — alta de 11,8% em relação a 2023. Esse aumento foi superior ao observado no Brasil (+3,7%) e no Nordeste (+8,4%), colocando a Bahia como o quinto estado com maior crescimento percentual do rendimento médio.
A massa de rendimento real, que considera o total de rendimentos de todos os trabalhadores, chegou a R$ 13,63 bilhões em 2024, maior valor já registrado. A variação anual foi de 19%, também superior à média nacional (+6,5%) e regional (+13,9%).
Segundo a SEI, a expectativa para 2025 é de manutenção da trajetória positiva, embora em um ritmo mais moderado. “Há sinais de que os fundamentos do mercado de trabalho seguirão melhorando, ainda que sob um dinamismo ligeiramente inferior ao observado em 2024”, conclui o órgão.
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil