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ECONOMIA BRASILEIRA CRESCEU 0,3% DE DEZEMBRO PARA JANEIRO, ESTIMA FGV

Victoria Isabel - 18/03/2025 16:58

Incertezas no cenário econômico internacional, provocadas pelo presidente americano Donald Trump, e o alto patamar dos juros no Brasil levaram à desaceleração da economia brasileira no começo de 2025. De acordo com previsão da Fundação Getulio Vargas (FGV), a economia do país cresceu 0,3% de dezembro de 2024 para janeiro deste ano. De novembro para dezembro, a expansão tinha sido de 0,5%.

A constatação de desaceleração faz parte do Monitor do PIB, estudo mensal elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, divulgado nesta terça-feira (18). A pesquisa faz estimativas sobre o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), indicador do conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país.

Os dados são dessazonalizados, isto é, foram excluídas variações sazonais, de forma que seja possível comparar períodos diferentes.

O levantamento da FGV mostra que, em janeiro de 2025, a economia apresentou expansão de 2,5% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado de 12 meses, o crescimento do país é de 3,2%.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, embora a economia esteja com resultados positivos, “há um processo disseminado de desaceleração”.

“A elevação da incerteza externa, aliada à alta taxa de juros interna com tendência de aumento ao longo do ano, sinalizam dificuldades de crescimento dos setores mais relacionados ao ciclo econômico, como o industrial e o de investimentos”, diz.

O cenário de incerteza citado pela economista está ligado à volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, em janeiro. Desde que reassumiu, o republicano tem anunciado medidas para proteger setores econômicos de seu país contra a concorrência estrangeira, vistas por especialistas como indutoras de uma recessão global. Entre elas, está a taxação de aço e alumínio de países parceiros, o que afeta diretamente o Brasil.

Outro fator que ajuda a desacelerar a economia brasileira é a taxa básica de juros, a Selic, que determina o patamar básico de juros no país. A Selic alta é a principal ferramenta de política monetária do Banco Central (BC) para o controle de inflação. Quando ela aumenta, há um desestímulo à contratação de crédito e ao consumo, o que reduz a pressão da demanda sobre os preços.

Atualmente, a taxa está em 13,25% ao ano, e há a expectativa de mais um aumento nesta semana, quando acontece a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. As reuniões do Copom acontecem a aproximadamente cada 45 dias. Se confirmada, será a quinta elevação desde 31 de julho, quando os juros eram de 10,5% ao ano.

Apesar dos freios exercidos pelo cenário externo e pelos juros, Juliana Trece acredita que, caso o recorde esperado da safra agrícola para este ano se confirme, “o resultado positivo na agropecuária pode indicar um alívio para a atividade econômica”.

De acordo com estimativa anunciada na quinta-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos 2024/25 será recorde, de 328,3 milhões de toneladas, expansão de 10,3% ante a safra 2023/24.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

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