Sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cinco agências de publicidade receberam cerca de 78% da verba publicitária do governo federal em 2024. Juntas, essas empresas foram responsáveis por R$ 755 milhões dos R$ 966 milhões investidos em campanhas institucionais no período.
A Nacional Comunicação lidera a lista, com R$ 225 milhões empenhados (fase anterior ao pagamento). Em seguida, aparecem Calia (R$ 180 milhões), Nova (R$ 177 milhões), Propeg (R$ 111 milhões) e DeBrito (R$ 62 milhões). Os recursos foram destinados a campanhas de interesse público promovidas por ministérios e pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Os dados são do Siga Brasil e do Senado Federal, organizados pela Folha de São Paulo.
No governo anterior, a concentração de verbas publicitárias também foi significativa. Em 2022, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), cinco agências receberam 86% dos R$ 806 milhões investidos na área. Naquele ano, a Calia liderou os repasses, com R$ 208 milhões.
As empresas envolvidas afirmam que os contratos foram firmados por meio de processos licitatórios e seguem as normas legais. A Nacional Comunicação destacou que presta serviços para a Presidência da República desde 2021, após vencer concorrência pública. A Calia ressaltou que os valores estão disponíveis em portais de transparência. Propeg e Nova reforçaram que suas contratações ocorreram via licitação. A DeBrito, por sua vez, não se pronunciou.
A concentração desses recursos ocorre porque essas agências venceram licitações de órgãos que possuem os maiores orçamentos publicitários, como a Secom e o Ministério da Saúde, que juntos responderam por mais de 70% dos investimentos no último ano.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil