As vendas de cimento em fevereiro de 2025 totalizaram 5,1 milhões de toneladas, um crescimento de 7,5% em relação ao mesmo mês de 2024, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o setor apresentou alta de 6,4 % em relação ao mesmo período do ano passado.
A venda por dia útil – um indicador que considera o número de dias trabalhados que tem forte influência no consumo de cimento – foi de 232,1 mil toneladas, um aumento de 2,7 % em relação ao mesmo mês do ano anterior e uma alta de 4,1 % em relação ao acumulado no ano.
Os principais indutores do desempenho foram o mercado de trabalho ainda aquecido, com expansão do emprego formal, aumentando a massa salarial e do PIB, além do desempenho do mercado imobiliário. As vendas e os lançamentos de novos imóveis1 seguiram em expansão, impulsionadas principalmente pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Apesar do momento promissor, a falta de mão de obra e os aumentos dos custos já impactam a confiança da construção2, que caiu para o pior nível desde março de 2022. Soma-se a esse cenário, a preocupação das empresas do setor com a redução da disponibilidade de crédito via SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e FGTS, que podem afetar os investimentos e desacelerar o número de lançamentos imobiliários, diminuindo a oferta. Nesse sentido, é consenso do mercado a necessidade de procurar alternativas de funding para as construções imobiliárias.
A mesma percepção de pessimismo foi observada pelo consumidor3, que pela terceira vez consecutiva manteve-se menos confiante com a piora da inflação de alimentos, que reduz o poder de compra das famílias em bens essenciais e a elevação da taxa de juros, que agrava a situação financeira da população.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo