Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)O preço do café vai continuar subindo: nos próximos 2 meses e pode chegar a ter 25% de alta nos supermercados. O produto já é o mais caro da cesta básica, com alta de 37,4% em 2024 sobre o ano anterior, segundo a associação.
O aumento no preço da bebida foi mais forte do que o registrado em outros produtos no período, como leite (+18,4%), arroz (+15%) e óleo de soja (+26,6%), de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA), citado pela Abic.
Segundo Pavel Cardoso, presidente da Abic, o preço deve subir porque a indústria ainda não repassou ao consumidor toda o custo da compra de café, que encareceu 116,7% em 2024, em relação a 2023. A expectativa da associação é de que no segundo semestre o preço possa melhorar.
A seca e as altas temperaturas no ano passado prejudicaram a produção de café e são os principais fatores para os valores nas gôndolas. Mas outras razões também interferiram, como dólar alto frente ao real, o que deixou o mercado externo mais atraente ao produto, e o maior custo de logística.
Apesar da alta de 1,1% na quantidade de café comercializada no Brasil, o número não acompanhou o crescimento da população e o consumo per capita caiu 2,22%. Para Cardoso, o valor reflete um cuidado do consumidor em não desperdiçar a bebida, por causa do preço. Ou seja, quem tinha o hábito de encher a garrafa, agora, está calculando a quantidade exata que irá tomar.
Motivos da alta:
A China, por exemplo, se tornou um novo mercado para o café brasileiro. Desde 2023, o país saiu de 20ª para a 6ª posição no ranking dos principais importadores de café do Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial do grão.
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