O café da manhã e o almoço dos brasileiros ficarão mais caros ao longo dos 2025. É o que se conclui após a divulgação do IPCA de 2024, o indicador oficial da inflação encerrou o último ano em 4,83%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na última sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os itens que mais registraram o aumento em seu preço, estão o café (39,6%), o leite (18,83%), o contra-filé (20,06%) e o frango (10,34%). Para este ano, as carnes, o café e o açúcar seguirão a tendência de alta.
O aumento das queimadas no Brasil, impulsionado pelas altas temperaturas de 2024, tem tido um efeito cascata na economia. De acordo com o monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o último ano registrou um crescimento de 100% dos focos, com mais de 159 mil casos registrados. Para Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, esse é um dos principais fatores para que haja também o aumento do valor de carnes bovinas. “Isso faz com que haja uma redução da oferta de pastagens e, em contrapartida, a elevação do custo de produção”, explica.
Leandro também afirma que o aumento da carne, que vem sendo registrado desde setembro de 2024, reflete no consumo e na venda de outras proteínas, seguindo a lei da oferta e demanda. Segundo o especialista as principais alternativas para os brasileiros ficam em torno da carne do frango e do porco, já que geralmente são as mais em conta nos supermercados, o que provoca o aumento de seu preço em algumas semanas após o reajuste da carne vermelha.
“A laranja teve um crescimento de 48,33%, já o arroz ficou 8,24% mais caro, a banana também teve uma alta de 1,67%. Ou seja, são itens básicos que podem impactar diretamente o poder de compra das famílias, exigindo uma reflexão estratégica do setor varejista, que precisará encontrar maneiras de minimizar o repasse dos aumentos de preços para os consumidores, mantendo a competitividade no mercado”, explica o especialista em gestão de supermercados.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil