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CHINA SE TORNA O 6ª MAIOR IMPORTADOR DE CAFÉ DO BRASIL, QUE ENFRENTA DESAFIOS LOÍSTICOS PARA EXPORTAR O GRÃO

Matheus Souza - 30/12/2024 19:15

Reconhecido como um dos produtos mais emblemáticos do comércio exterior brasileiro, o café ocupa um papel estratégico nas exportações do país. Líder mundial no segmento, o Brasil responde por cerca de 38% da produção global. Em 2024, o setor viveu um desempenho excepcional, batendo recordes históricos. Dados recentes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) indicam que neste ano foram exportadas 46,4 milhões de sacas de 60 kg, superando em 3,78% o recorde de 2020, de 44,7 milhões de sacas.

No comparativo com o acumulado de janeiro a novembro de 2023 (35,1 milhões de sacas), o crescimento foi de 32,2%. Já o valor total das exportações do grão em 2024 chegou a US$ 10,4 bilhões até outubro, alta de 57,7% em relação ao ano passado.

Contudo, o crescimento expressivo nas exportações de café evidenciou gargalos logísticos que comprometem a eficiência do comércio exterior brasileiro. De acordo com o Cecafé, os entraves no processo logístico resultaram em 1,7 milhão de sacas não embarcadas até outubro, o que gerou uma perda significativa de US$ 489,7 milhões (R$ 2,7 bilhões) em receita cambial. Além disso, os desafios nos portos impuseram custos adicionais de R$ 30,4 milhões para os associados da entidade, incluindo despesas com armazenagem extra, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.

Dentro desse cenário, a China vem aumentando significativamente o consumo de café no país. Tradicionalmente, os principais destinos do café brasileiro incluem Alemanha, Estados Unidos, Bélgica e Itália, mas em 2023, o mercado chinês avançou 14 posições no ranking de compradores, tornando-se o sexto maior destino do café brasileiro.

Com estimativa de 6,2 milhões de sacas consumidas no ciclo 2024/2025 — acima das 5,8 milhões do período anterior —, o consumo de café na China segue em alta, impulsionado por parcerias estratégicas. Entre elas, destaca-se o recente acordo com a rede Luckin Coffee, que prevê a exportação de 4 milhões de sacas, reforçando a necessidade de maior eficiência logística para aproveitar esse potencial.

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