Regulação, incentivos fiscais, sustentabilidade, encarecimento da energia elétrica. Esses foram alguns dos fatores que contribuíram para o crescimento do setor de energia solar nos últimos anos. No Brasil, o segmento gerou mais de 868 mil empregos entre 2012 e 2023 e, em 2024, o país deve contar com mais de 3 mil novas empresas de energia solar.
De acordo com o presidente da Associação Baiana de Energia Solar (ABS), Marcos Rêgo, a Bahia tem acompanhado o crescimento nacional do setor. “O estado desponta como um dos mais promissores para o desenvolvimento do setor fotovoltaico, com empresas e consumidores cada vez mais engajados em investir em soluções sustentáveis e economicamente vantajosas”, disse Marcos.
Para 2025 e os demais anos, as projeções são animadoras. “Atualmente, o estado conta com uma potência instalada de 2,0 GW, distribuída entre grandes usinas solares e pequenos sistemas de geração distribuída em telhados e terrenos e, até 2030, deve alcançar uma potência instalada de 27 GW, cravando a imagem de um dos principais polos de energia solar do Brasil e do mundo”, destaca o presidente da ABS.
Segundo Marcos, o desenvolvimento do setor fotovoltaico está associado, sobretudo, à atração de investimentos, como a construção de usinas solares e a expansão da geração distribuída. Para isso, a Associação Baiana De Energia Solar tem mobilizado políticos locais a fim de impulsionar o avanço do segmento. “Fomos em busca de apoio ao PL 624/23, que visa o fortalecimento do setor de energia solar por meio da implementação do programa Renda Básica de Energia para famílias de baixa renda”, explica Marcos Rêgo.
Para Geovane Luania, sócio diretor da Soleste Energia e associado ABS, a Bahia, enquanto um dos maiores produtores de energia solar do Brasil, vive um momento de maturidade, mas ainda há muito espaço para crescer. “Tecnologias como sistemas de armazenamento em baterias e o avanço da digitalização energética com soluções inteligentes serão fatores-chave para o crescimento sustentável do setor”, destaca. Ainda segundo o executivo do setor, 2025 se desenha como um ano de avanços sólidos, integrando empresários, consumidores e governos na transição energética e consolidando a Bahia como referência em energia renovável no Brasil e no mundo.
Aumento de imposto é ameaça
Apesar das projeções positivas para o setor de energia fotovoltaica, a recente decisão de aumentar o imposto de importação dos painéis solares de 9,6% para 25% é uma ameaça ao setor. Segundo Marcos, a medida vai encarecer iniciativas de energia solar e gerar impactos negativos em mais de 280 projetos em todo o país com investimento previsto na ordem de R$ 97 bilhões, com potencial para gerar 750 mil novos empregos verdes e evitar mais de 37 milhões de toneladas de CO² na atmosfera.
“O aumento dos impostos é um imenso retrocesso e trará impactos negativos ao setor, além de ir na contramão da tendência mundial de favorecimento à transição energética. A medida não apenas eleva custos para empresários e consumidores, mas coloca em risco a competitividade do país no mercado global de energia limpa. Em um momento em que o Brasil tem o potencial de se consolidar como líder no segmento, é fundamental que os incentivos sejam mantidos”, pontua Marcos.
Sobre a ABS
Fundada em 2018, a Associação Baiana de Energia Solar Fotovoltaica (ABS) representa as empresas de energia solar do estado e tem como objetivos principais a capacitação técnica, a atuação regulatória, a assessoria jurídica e o fortalecimento do associativismo. Com mais de 85 associados, a ABS continua a contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento do setor de energia solar na Bahia.
Para mais informações, acesse: abahiasolar.org.br.
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