A perseguição judicial contra professores sindicalizados ganha mais um capítulo na Bahia. Após o caso da professora Rosângela, que foi processada pela diretoria da APLB por expressar sua opinião em um grupo de WhatsApp, agora é o professor Marco Aurélio que enfrenta uma ação judicial movida pelo mesmo sindicato.
Marco Aurélio é o segundo professor a ser processado pela APLB por postagens nas redes sociais que questionam a atuação da diretoria da entidade, presidida pelo professor Rui Oliveira. O processo envolve oito publicações críticas sobre temas de interesse público, como a representatividade sindical e a transparência na gestão dos recursos da entidade.
O professor destaca a incoerência dessa atitude: “Será que todo mundo na APLB, pela Bahia inteira, está concordando com isso? Uma diretoria sindical processando seus próprios trabalhadores e trabalhadoras?” Além disso, Marco Aurélio critica a contratação de uma banca de advocacia custeada com recursos do sindicato para processar um sindicalizado: “Utilizando dinheiro da entidade para pagar uma banca de advogados respeitada para processar um professor? Que contradição é essa?”
O caso tem gerado indignação entre a categoria, especialmente por não haver processos semelhantes contra autoridades políticas. “Vocês já ouviram falar que a diretoria desse sindicato processou a pessoa do governador do Estado da Bahia, ou algum prefeito deste Estado, pelo fato de não estar cumprindo alguma lei, como a Lei do Piso ou o pagamento dos juros dos precatórios do Fundef? Não.”
Desde que tornou público o processo, Marco Aurélio tem recebido apoio massivo de colegas de diversas regiões da Bahia. “Recebi centenas de mensagens acolhedoras, carinhosas, de colegas que estão oferecendo ajuda financeira e suporte jurídico para atuar no processo. Estou emocionado e a luta irá continuar.”
A ACEB (Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia) manifesta total solidariedade ao professor Marco Aurélio e coloca à disposição seu corpo jurídico para auxiliá-lo em sua defesa. A liberdade de expressão dos trabalhadores da educação deve ser respeitada e protegida, e processos dessa natureza apenas enfraquecem a luta por direitos e justiça social.