O senador Jaques Wagner (PT) falou sobre cortes no orçamento federal, a possível anistia dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e sua recuperação de uma cirurgia ortopédica, em coletiva de imprensa durante um encontro de prefeitos em Salvador.
Sobre os ajustes necessários para cumprir a meta fiscal, Wagner ressaltou a importância de diferenciar gastos de investimentos. “Tem coisa que é gasto e tem coisa que é investimento. Fazer 22 hospitais na Bahia é investimento. Botar lá dentro o médico, enfermeiro, para mim é investimento para atender as pessoas. Então é melhor precisar mais o que quer dizer corte de gasto. Porque quando você fala em fazer corte de gasto, bulindo com o interesse dos graúdos, aí ninguém quer. Quer fazer em cima de salário mínimo, em cima de verba de saúde, em cima de verba de educação. Isso é injusto”, pontuou o senador, destacando que os cortes devem atingir privilégios e não a população mais vulnerável.
O parlamentar também comentou o Projeto de Lei que pretende anistiar os envolvidos nos atos do 8 de janeiro, posição reforçada pelas recentes investigações da Polícia Federal sobre um plano de assassinato contra o presidente Lula. Wagner foi categórico: “Aquele ato não cabe anistia. Foi uma tentativa de acabar com o estado democrático de direito, com a depredação vergonhosa da sede do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Eu acho que tem muito inocente útil ali, mas isso não justifica. Ser conservador é um direito, mas não pode ser um fanático destrutivo.”
Jaques Wagner falou ainda sobre sua recuperação de uma cirurgia ortopédica no tornozelo esquerdo, realizada no mês passado. Segundo ele, o procedimento foi planejado, e sua recuperação avança conforme esperado. O senador revelou que pretende retomar suas atividades no Congresso Nacional no início de dezembro. “Já estou começando a descansar o pé no chão, mas ainda sem carga. Creio que na primeira ou segunda semana de dezembro já posso estar andando normalmente”, explicou.
O político também destacou o momento turbulento na política nacional, como a revelação do plano golpista investigado pela Polícia Federal. “A democracia é, até hoje, a melhor forma que os seres humanos encontraram para conviver. E aqueles que querem eliminar diferenças com força e autoritarismo devem ser afastados”, declarou.
Além disso, Wagner elogiou a atuação do senador Otto Alencar (PSD), que assumiu a liderança interina do governo no Senado durante sua ausência. “Otto está tocando muito bem, com um conjunto de líderes. O Congresso hoje é multifacetado, e essas diferenças brotam nas votações. Ele tem representado bem a nossa base.”
Por fim, o petista comentou sobre a disputa pela presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB), defendendo uma chapa plural que contemple prefeitos de diferentes espectros políticos. “A UPB representa 417 prefeitos e prefeitas, então é importante que haja uma composição que respeite essa pluralidade, mesmo que a base do governo tenha maioria”, finalizou Wagner.
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