A dor crônica, caracterizada pelo incômodo persistente por mais de três meses ou que continua por mais de um mês após o fim de uma lesão, está entre os principais desafios da medicina contemporânea. A condição, que afeta 37% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), pode ser intensa, incapacitante e monopolizar a vida de quem a sofre. Apesar de não ter cura para a dor crônica, a ciência vem avançando com abordagens mais eficazes e duradouras de intervenção da dor, sobretudo na área de terapias com ortobiológicos, que proporcionam mais qualidade de vida e restauram o bem-estar de quem lida com o problema.
Segundo os ortopedistas David Sadigursky e Thiago Alvim, sócios da Clínica Omane e pesquisadores na área de terapia celular, a pesquisa com ortobiológicos engloba os tratamentos que utilizam a biologia do próprio corpo do paciente através de tecnologias associadas, para modular o processo inflamatório, estimular a recuperação das articulações e trazer alívio de forma menos invasiva, principalmente para aquelas pessoas que não podem se submeter a uma cirurgia ou que não respondem a outros tratamentos convencionais.
“No grupo de terapias de intervenção em dor, um dos destaques da medicina avançada são as terapias com ortobiológicos, que desenvolvemos em nosso centro de pesquisa. São abordagens inovadoras baseadas nas mais alta evidências e em constante desenvolvimento científico para trazer soluções para dores e lesões ortopédicas, lesões esportivas, osteoartrite e outras condições associadas a dor crônica nas articulações”, conta David Sadigursky, ortopedista com foco em intervenção da dor e diretor do Centro de Estudos em Terapias Celulares da Clínica Omane – o primeiro laboratório de manipulação celular do Nordeste, dedicado à pesquisa de terapia celular para o tratamento de lesões ortopédicas, aprovado em Comitê de Ética e pesquisa.
De acordo com o médico e pesquisador, o foco das terapias celulares vai além de alívios temporários e busca otimizar o funcionamento das articulações para resultados mais eficazes e duradouros. “É uma abordagem avançada e direcionada a melhorar qualidade de vida, baseada nas particularidades de cada caso”.
Entre as técnicas desenvolvidas no núcleo, está a terapia celular com plasma rico em plaquetas, explica o ortopedista Thiago Alvim, pesquisador na área de terapia celular. “A gente extrai o sangue do paciente e leva o material para uma centrífuga com o objetivo de separar partes dos componentes do sangue e extrair o plasma rico em plaquetas, que se caracteriza por ter uma quantidade de fatores de crescimento muito grande. Após preparar esse material, a gente comumente associa com ácido hialurônico para injeção em tecido intra articular para promover o reparo ou minimizar o desgaste dessa articulação.”
Além de utilizar o plasma rico em plaquetas, os médicos separam a outra parte do material biológico, o plasma pobre em plaquetas, e o preparam em uma máquina específica para formar um gel rico em nutrientes, que será utilizado para preencher a articulação danificada, diminuindo o atrito, aumentando a viscosidade e melhorando os sintomas inflamatórios do paciente.
“A infiltração articular com ácido hialurônico associado a fibrina rica em plaquetas (material biológico do próprio paciente) tem o intuito de liberar os fatores de crescimento, o que leva ao efeito anti inflamatório com melhora da dor e função articular por tempo mais prolongado que os outros produtos até então. Essa nossa linha de pesquisa envolve uma abordagem muito personalizada, focada nas necessidades do paciente, a fim de proporcionar uma melhora da dor mais sustentável e por tempo mais prolongado”, conta Thiago.
No centro de pesquisa, núcleo de desenvolvimento em parceria com o Orthobios, os ortopedistas treinam médicos e orientam pesquisas avançadas para oferecer tratamentos inovadores e eficazes na área de terapias celulares. “Nos dedicamos à pesquisa e ao ensino sobre os ortobiológicos para encontrar soluções eficazes e seguras para proporcionar alívio da dor e melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes. Nossa prática envolve desde a coleta até a manipulação e preparo dos produtos, com avaliação científica dos métodos utilizados, sempre com rigor técnico e excelência acadêmica e clínica”.