O Fundo Monetário Internacional elevou a 3% a projeção de crescimento do Brasil este ano mas piorou o cenário para 2025, citando a política monetária restritiva, de acordo com novas estimativas divulgadas nesta terça-feira (22).
O relatório Perspectiva Econômica Global apontou uma elevação de 0,9 ponto percentual na estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2024, de uma taxa de 2,1% calculada em julho.
Como fatores, o Fundo citou “consumo privado e investimento mais fortes na primeira metade do ano devido a um mercado de trabalho apertado, transferências governamentais e problemas menores do que o esperado decorrentes das enchentes”.
“No entanto, com a política monetária ainda restritiva e o esperado esfriamento do mercado de trabalho, o crescimento deve moderar em 2025”, completou o FMI.
Para o ano que vem, o Fundo prevê agora uma expansão do PIB de 2,2%, contra 2,4% estimados na última atualização do seu relatório.
A economia brasileira mostrou resultados melhores do que o esperado no primeiro semestre em meio a um mercado de trabalho forte, inflação controlada e aumento da renda, além de um impacto menor do que o esperado das enchentes no Rio Grande do Sul, surpreendendo analistas.
Mas a expectativa agora é de perda de força diante da redução dos estímulos fiscais e da taxa básica de juros elevada. Atualmente em 10,75%, a expectativa é de mais aumentos na taxa básica Selic nas duas últimas reuniões do Banco Central no ano, terminando a 11,75%, de acordo com a pesquisa Focus.
O IBGE divulgará em 3 de dezembro os números do PIB do terceiro trimestre. Entre abril e junho, a economia brasileira expandiu 1,4% na comparação com o primeiro trimestre, segundo os dados do instituto de pesquisa.
A nova projeção do FMI para o crescimento econômico neste ano ainda é um pouco mais fraca do que a do governo, que em setembro elevou as contas a 3,2%, mesma estimativa do Banco Central. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que podem haver novas revisões para a projeção.
Para 2025, o Ministério da Fazenda vê um crescimento de 2,5%, enquanto o BC calcula 2,0% de expansão.
O relatório do FMI ainda trouxe números para a inflação. Para o Brasil, o Fundo calcula a inflação em uma média de 4,3% e 3,6% respectivamente em 2024 e 2025.
América Latina
Nas projeções para a América Latina, a expectativa mais forte do FMI para o desempenho do Brasil neste ano compensou uma redução de 0,7 ponto percentual na conta para o México, que agora é de 1,5%.
Assim, o FMI elevou em 0,3 ponto percentual a estimativa de crescimento para a região da América Latina e Caribe como um todo em 2024, a 2,1%. Mas para 2025 houve um corte de 0,2 ponto, a 2,5%.
A perspectiva para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, permaneceu em 4,2% este ano, e caiu em 0,1 ponto para 2025, também a 4,2%.
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