Segundo dados de um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou que, em junho deste ano, o número de profissões, entre aquelas que respondem por 80% da força de trabalho formal no Brasil, apresentava indícios de escassez de mão de obra. Naquele mês, 40% das 231 principais ocupações não contavam com a quantidade suficiente de pessoas para preencher vagas no mercado. Na série histórica de 10 anos apresentada pela Confederação, esse patamar de escassez só havia sido atingido em dezembro de 2021.
A CNC considera profissões com indícios de escassez aquelas em que há um crescimento na demanda por trabalhadores, mas com oferta limitada, o que força as empresas a oferecerem salários mais atrativos, acima da média do mercado em geral, que foi de 5,8% entre junho de 2023 e junho de 2024. O estudo, baseado em dados formais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), mostrou que as profissões com maior escassez estão ligadas às áreas de Tecnologia da Informação e Suporte, Vendas e Comércio, Indústria e Metalurgia, Saúde e Farmácia, Construção e Manutenção, e Transporte e Serviços Gerais.
No topo do ranking das cinco profissões estão os cargos de técnico de apoio ao usuário de informática (Helpdesk), agente de vendas de serviços, caldeireiro (chapas de ferro e aço), montador de estruturas metálicas e auxiliar de farmácia de manipulação. As áreas de Vendas e Comércio e Gestão e Negócios são as que mais têm profissões que apresentaram indícios de escassez. Na primeira, por exemplo, estão os cargos de garçom e cumim, os dois ligados ao setor de serviços de alimentação, que inclui os bares e restaurantes.
Salvador foi a cidade que teve seu pior desempenho nas taxas de desocupação, de acordo com um estudo divulgado em março deste ano pelo Instituto Cidades Sustentáveis, que analisou e comparou indicadores sociais entre as 26 capitais. Na capital baiana, o Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm) chega a atender cerca de 500 pessoas diariamente. Por lá, no entanto, mesmo diante da alta taxa de desemprego, no primeiro semestre deste ano houve dificuldade para os preenchimentos dos cargos de açougueiro, padeiro, confeiteiro, sushiman, eletricista de veículos, gesseiro, carpinteiro, marceneiro, vidraceiro e serralheiro.
Principais profissões com índices de escassez
Técnico de apoio ao usuário de informática (Helpdesk)
Agente de vendas de serviços
Caldeireiro (chapas de ferro e aço)
Montador de estruturas metálicas
Auxiliar de farmácia de manipulação
Cumim
Auxiliar de serviços jurídicos
Trabalhador da manutenção de edificações
Analista de negócios (A)
Serralheiro
Psicólogo clínico
Garagista
Vendedor em domicílio
Garçom
Auxiliar de escritório, em geral
Inspetor de alunos de escola Pública
Auxiliar de pessoal
Auxiliar de contabilidade
Auxiliar de logística
Copero
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