O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou para 0,29% em agosto, ante a variação de 0,61% verificada em julho, informou nesta quinta-feira (29) a Fundação Getulio Vargas. Com o resultado, o índice acumula alta de 2,00% no ano e de 4,26% nos últimos 12 meses.
O dado veio abaixo do consenso LSEG de analistas, que tenha estimativa de uma inflação de 0,46% na leitura mensal.
Em agosto de 2023, o índice tinha registrado deflação de 0,14% no mês e acumulava queda de 7,20% em 12 meses.
André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, comentou em nota que os três índices componentes do IGP-M mostraram desaceleração na transição de julho para agosto. Nos preços ao produtor, os principais fatores de queda foram as commodities, como minério de ferro, farelo de soja e feijão.
Já no índice de preços de consumo, o grupo alimentação foi destaque, com uma queda mais acentuada, influenciada pela boa safra de produtos in natura, superando até a redução observada no mês anterior.
Já os preços da construção tiveram alta menos intensa nos custos de mão de obra, resultando em uma menor pressão inflacionária no segmento em agosto.
IPA
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,29% em agosto, o que representou uma desaceleração em relação ao comportamento observado em julho, quando teve alta de 0,68%.
O grupo de Bens Finais mostrou uma deflação de 0,10% no mês, ante -0,02% em julho. Esse decréscimo mais acentuado foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de -4,43% para -7,11%
Mas a taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,93% em agosto, apresentando uma ligeira alta em relação ao mês anterior, quando registrou 0,91%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 0,44% para 2,18%.
No estágio das Matérias-Primas Brutas, houve queda de 0,05% em agosto, após registrar alta de 1,14% em julho. A desaceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chaves como o minério de ferro, que inverteu sua taxa de uma alta de 0,78% para uma queda de 5,54%; o leite in natura, cuja taxa recuou de 5,72% para 0,82%; e o café em grão, que passou de 7,33% para 1,98%.
IPC
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também desacelerou em agosto, passando de uma variação de 0,30% para 0,09% em um mês. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis acompanharam essa desaceleração em suas taxas de variação.
O maior impacto veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação passou de 2,00% para 0,48%. Dentro desta classe de despesa, subitem passagem aérea se destacou, passando de uma variação de 12,06% em julho para 2,60% em agosto.
Também apresentaram recuos em suas taxas de variação os grupos Habitação (de +0,36% para -0,08%), Alimentação (-0,84% para -1,11%), Despesas Diversas (1,37% para 0,99%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,19% para 0,07%) e Vestuário (-0,16% para -0,17%).
Nestas classes de despesa, as maiores influências vieram da tarifa de eletricidade residencial (de 1,28% para -0,71%), hortaliças e legumes (-8,78% para -16,09%), serviços bancários (2,44% para 1,52%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,11% para -0,71%) e calçados (0,61% para -0,40%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (de 0,64% para 1,22%) e Comunicação (0,04% para 0,19%) exibiram avanços em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, os destaques foram gasolina (de 1,60% para 3,62%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,45% para -0,15%).
INCC
Em agosto, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,64%, um valor inferior à taxa de 0,69% observada em julho. Nos três grupos constituintes do INCC, o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um avanço entre julho e agosto de 0,58% para 0,76%; o grupo Serviços recuou de 0,65% para 0,05%; e o grupo Mão de Obra registrou desaceleração, variando de 0,85% para 0,57%.