Representantes de 24 companhias estaduais de saneamento estarão em Salvador, nesta semana, para discutir as novas metodologias e os principais desafios para garantir a qualidade da água distribuída para consumo humano no país. O 44º Encontro da Câmara Técnica de Controle da Qualidade da Água (CTCQ), que é organizado pela Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e tem a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) como anfitriã, acontece de quarta a sexta-feira (28 a 29 de agosto), no Fiesta Bahia Hotel (Itaigara).
Para o biólogo Fabrício Tourinho, gerente da Unidade Socioambiental da Embasa e coordenador da CTCQ, o encontro periódico dos técnicos envolvidos no controle da qualidade da água promove o intercâmbio permanente de experiências e o desenvolvimento de inovações e soluções para fazer frente aos desafios do setor. “Um desses grandes desafios é o cenário de mudança climática em escala global que afeta diretamente a qualidade dos mananciais utilizados pelas companhias de saneamento para abastecer as populações atendidas”, aponta o especialista.
Ele ressalta que eventos climáticos extremos como estiagens prolongadas e tempestades frequentes, por exemplo, podem interferir diretamente na qualidade da água dos mananciais. “Em períodos de seca, o menor volume da água e sua baixa movimentação nos mananciais favorecem a concentração e degradação de nutrientes e agentes contaminantes. Por outro lado, durante chuvas muito intensas a quantidade de poluentes que escoa para os rios também pode alterar a composição da água bruta captada, obrigando as companhias de saneamento a adequar os processos de tratamento para manter a conformidade da água distribuída dentro dos parâmetros de qualidade estabelecidos pela Portaria de Potabilidade do Ministério da Saúde, a Portaria nº 888 de 2021”, explica.
Em sua 44ª edição, o Encontro da Câmara Técnica de Controle da Qualidade da Água da Aesbe também discutirá temas como controle da qualidade de produtos químicos; uso de robótica nos laboratórios de análise e inteligência artificial em estações de tratamento de água; gestão de testes microbiológicos, dentre outros. Instaurada no ano de 2001, a Câmara Técnica tem como objetivo acompanhar a demanda por tecnologias cada vez mais avançadas no setor e o aprimoramento dos profissionais responsáveis pela qualidade da água distribuída pelas companhias estaduais de saneamento, garantindo a saúde das populações abastecidas.
Foto: Eduardo Moody