Estar presente nos primeiros dias de vida do filho é fundamental para estreitar laços familiares. A presença do pai também deixa o período pós-parto da mãe mais tranquilo, já que as responsabilidades podem ser compartilhadas entre ambos. Mas se fazer presente nesse processo por mais de cinco dias, atual período da licença-paternidade previstos na Constituição, não é concedido por todas as empresas.
Uma pesquisa revela que se depender deles a intenção é conseguir uma licença-estendida. Conforme a Radar da Parentalidade, realizada pela consultoria Filhos no Currículo e pelo Talenses Group, em parceria com o Movimento Mulher 360, 82% dos pais desejam estar presentes em casa por um período superior a cinco dias. Apenas 11% dos homens entrevistados disseram que concordam com a licença de menos de uma semana.
“O envolvimento do pai nos primeiros meses e, sobretudo, nos primeiros dias de vida de uma criança, é fundamental para desenvolver os aspectos social e emocional do recém-nascido. O envolvimento paterno no período pós-parto contribui para um vínculo afetivo duradouro. Também traz segurança para a mãe, que, nesse momento, precisa de um suporte emocional”, diz a médica pediatra especialista em primeira infância Antônia Vaz.
Ainda conforme a Radar Parentalidade, 41% das mães afirmam que licenças igualitárias são o benefício ideal que deveria ser concedido pelas empresas. A ideia é aprovada por 26% dos pais. Apenas 1% das mulheres ouvidas disseram concordar com os cinco dias. Atualmente, a licença maternidade é de, no mínimo, 120 dias, podendo ser estendida em alguns casos específicos. Durante esse período, o salário é garantido, assim como férias e décimo terceiro salário.
“Sabemos o quanto as mulheres ficam fragilizadas fisicamente e emocionalmente no pós-parto, muitas delas inclusive passam a apresentar quadros depressivos ou outras complicações. As responsabilidades são muitas e o período atual da licença paterna prevista pela Constituição não se faz necessário”, completa a médica pediatra.
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