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REESTRUTURAÇÃO DE DÍVIDAS PODE EVITAR FALÊNCIA EM PEQUENAS EMPRESAS

João Paulo - 07/08/2024 08:00 - Atualizado 07/08/2024

Segundo um levantamento do Serasa Experian, em 2023, micro, pequenas e médias empresas lideraram o número de pedidos de recuperação judicial no Brasil. Um crescimento de 71% em comparação com 2022. De acordo com especialistas, taxas de juros elevadas e a alta inflação são algumas das causas para a inadimplência entre empresas. Microempresas (MPEs) são as mais afetadas. Só em janeiro de 2024, foram 298 mil MPEs inadimplentes no estado baiano. Apesar de representarem 9 em cada 10 empresas na Bahia, segundo Cadastro Central de Empresas (Cempre) 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas ainda são as que mais fecham as portas.

Especialistas também apontam que trâmites processuais e antecipação de pagamento tiveram aumento de custos, o que dificultou que empresas, principalmente de pequeno e médio porte evitassem a falência. Para o especialista Eduardo Boniolo, outros pontos também afetam a sobrevivência dessas empresas. “As mudanças de mercado, de comportamento do consumidor, da taxa de juros, dos custos principalmente, acabam afetando esse resultado e os empresários demoram a perceber isso. Então a grande causa da crise dessas empresas é a perda da viabilidade econômica quando o empresário percebe que ele já está produzindo muitas vezes com prejuízo e isso demora às vezes para chegar no caixa, por onde se administra a empresa”, explica ele.

Em seu livro “Recuperação de Empresas em Tempo de Crise”, da Trevisan Editora, em conjunto com Julio Cesar Teixeira de Siqueira, Boniolo, aponta que um bom planejamento e controle da operação pode oportunizar a sobrevivência dessas empresas, que em sua maioria não conseguem se manter com as contas positivas. Entretanto, para ele, não existe uma receita para driblar a crise e evitar a falência, mas alguns pontos podem ser considerados, como uma boa avaliação da situação financeira da empresa. Esse, segundo o especialista, é o primeiro passo: É preciso então, fazer um levantamento detalhado das dívidas, despesas, receitas e fluxo de caixa, além de identificar os pontos críticos e as áreas onde os custos podem ser otimizados sem comprometer a operação. Outra dica é tentar reestruturar as dívidas.

Em maio de 2024, o governo Federal lançou o Desenrola Pequenos Negócios, um programa que oferece a oportunidade para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte renegociarem suas dívidas com instituições financeiras. Boniolo aponta que é importante negociar com credores, estendendo prazos ou negociando taxas de juros para elaborar um plano de recuperação sólido e demonstrar que a empresa tem potencial para se reerguer. Ele também diz que melhorar o fluxo de caixa é fundamental para as empresas, mantendo equilíbrio nos prazos de pagamento com fornecedores e tentar antecipar recebíveis com clientes.

Foto: Reprodução

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