A necessidade de construir 33 refinarias independentes em todo o país para suprir o déficit diário de 650 mil barris do mercado nacional, como parte do programa Pro Refino, foi o destaque da apresentação de Evaristo Pinheiro, presidente da Refina Brasil, na manhã desta quarta-feira (22), durante o evento Bahia Oil & Gas, que ocorre até o dia 24 no Centro de Convenções da Bahia.
Fundada há um ano, a Refina Brasil reúne as oito refinarias independentes do país, representando 20% do mercado de refino brasileiro, em contraste com os 60% da Petrobras e os 20% dos importadores de combustível. A entidade tem um faturamento de R$ 67 bilhões, paga R$ 18 bilhões em tributos e gera mais de 2,5 mil empregos diretos e 20 mil indiretos na cadeia de produção.
Evaristo destaca que a implementação do Pro Refino colocará o país em outro patamar de abastecimento e distribuição de combustíveis e será uma fonte de atração de investidores estrangeiros, algo importante para manter um crescimento econômico sustentável. “Para se uma ter ideia da oportunidade de negócios, o Brasil tem uma população de 203 milhões e apenas 18 refinarias (dentre públicas e privadas). Os Estados Unidos, com uma população pouco maior dos que os 300 milhões, possui quase 120 refinarias privadas, o que demonstra o dinamismo e a capacidade de expansão desse mercado”, afirmou Evaristo.
Além de suprir o déficit diário de barris, o Pro Refino tem outras vantagens. As novas refinarias privadas poderão ser construídas mais próxima dos centros consumidores, o que diminui os custos de distribuição; ficam prontas em um prazo menor do que as grandes refinarias e têm um custo por barril bem menor que as grandes plantas, o que gera um prazo de cashback mais rápido. Além disso, podem se adaptar mais rapidamente às realidades do biorrefino, uma exigência dentro das metas de carbono zero até 2050. Por fim, não demandariam subsídios ou financiamentos públicos, já que todas as etapas de construção seriam custeadas pela iniciativa privada.
Foto: João Paulo