Segundo dados de uma pesquisa do Radar Imobiliário apontou que 47% dos soteropolitanos que desejam comprar um imóvel procuram algo pequeno com infraestrutura completa. São residências de dois quartos que são as mais buscadas por soteropolitanos que querem comprar imóveis. Das buscas de fevereiro deste ano, 45% tinham preferência por uma suíte.
O interesse por imóveis que têm entre 50 m² e 70 m² aumentou entre 2022 e este ano, saltando de 33% para 37%, segundo a pesquisa. A tendência é acompanhada pelos novos empreendimentos que surgem na cidade, como explica Moisés Pereira Gomes, advogado especialista em direito imobiliário e corretor de imóveis.
“Construtoras já entenderam que esse perfil preza mais pela funcionalidade dos imóveis em detrimento ao tamanho, e, para evitar confinamento dentro de um espaço pequeno, passam a oferecer maiores infraestruturas que abriguem os moradores dentro de seus condomínios com segurança”, explica em entrevista ao Jornal Correio. Em segundo lugar no levantamento, aparece os imóveis com metragem entre 70 m² e 100 m² (27%).
As residências são menores porque as famílias também são compostas por menos integrantes. O número de bebês nascidos em Salvador foi o menor em 48 anos, em 2022, como revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, o número de divórcios cresceu 43% em comparação com o ano anterior, chegando a marca de 4,8 mil separações.
O corretor Helton Dantas lembra que a procura por imóveis considerados médios é uma tendência global. “A diminuição da família é uma variável importante, são poucas as que têm quatro ou cinco filhos. A própria elevação de preço em determinados bairros ocasionou essa escolha”, diz. Imóveis que têm entre 150 m² e 250 m² são escolha de apenas 3% do público.
Além disso, as áreas de lazer dos condomínios, cada vez mais incrementadas, diminuem a necessidade de metragens maiores dentro dos prédios. “A inclusão de equipamentos externos ao apartamento, como piscina e áreas de lazer, provocam a sensação de que a morada não se esgota na unidade habitacional”, completa. Ter uma vaga de garagem corresponde a 53% das buscas, contra 30% do interesse por anúncios de imóveis sem garagem.
Crédito: Marina Silva/CORREIO