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PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DISPARAM EM 2023 E DEVEM AUMENTAR AINDA MAIS NESTE ANO, APONTA EXM PARTNERS

João Paulo - 19/02/2024 13:15 - Atualizado 19/02/2024

O Brasil registrou 1.405 pedidos de recuperação judicial entre janeiro e dezembro de 2023, de acordo com dados recém-divulgados pela Serasa Experian. O crescimento foi de 68,7% em relação a 2022. Entre os casos mais emblemáticos do último ano estão os da Americanas, SouthRock, Light e Petrópolis. A EXM Partners, consultoria especializada em recuperação judicial e reestruturação de empresas, projeta que em 2024 haverá uma elevação de no mínimo 10%, mas ainda ficará abaixo do recorde em 2016, que teve 1.863 casos.

A explicação para a disparada é que, nos anos de pandemia, os juros estavam baixos, o governo pagou benefícios que estimularam o consumo, deu incentivos a setores e as instituições de crédito postergaram prazos. Já em 2023, com a normalização das atividades, houve uma “forte ressaca”. Outro fator a ser considerado foi a alta taxa de juros do país (Selic), na casa de 13,75%, e que só começou a cair nos últimos meses.

“A maior parte dos pedidos de recuperação judicial vieram do setor de serviços e de empresas enquadradas como micro e pequeno porte”, conta o sócio da EXM Partners, Angelo Guerra Netto. “Empresas deste porte sofrem mais e têm maior dificuldade para conseguir crédito. E 2023, em especial o primeiro semestre, foi bem complicado para crédito devido ao caso Americanas”, acrescenta. O Indicador de Falência e Recuperação Judicial da Serasa Experian também registrou que foram as micro e pequenas empresas que mais demandaram por recuperação judicial, com 939 pedidos, em seguida as de médio porte (331) e grande (135). O setor de serviços liderou (373), seguido por indústria (311), comércio (292), e setor primário (7).

Eduardo Scarpellini, também é sócio da EXM Partners, afirma que, ainda que a economia brasileira venha apresentando bons números, os casos de recuperações judicial continuam em alta porque as companhias carregam endividamentos contraídos na pandemia a taxas de juros altos, prejudicando ainda mais suas situações financeiras. Além disso, esperamos aumento de RJ no setor do agronegócio, principalmente de produtores rurais, tendo como causas a quebra de safra, o aumento do custo, e a queda de preços.

Scarpellini diz que ainda existe um tabu grande quando o assunto é recuperação judicial. “Esse estigma precisa ser quebrado. Fazer uma reestruturação de dívida ou entrar com pedido de recuperação judicial é uma forma de salvar uma empresa, seu legado e centenas ou até mesmo milhares de empregos. É uma forma consistente de dar a volta por cima e evitar falência. Temos diversos exemplos bem-sucedidos de corporações que deram a volta por cima, como Vilela e Machado, Energética Santa Helena e Bullguer”, conta.

Com mais de duas décadas de atuação e cerca de 200 cases, a EXM Partners atende empresas dos mais variados segmentos, portes e localidades. “Estamos sempre monitorando tendências e com um olhar diferenciado e equipe altamente qualificada para fazer com que um processo de recuperação judicial seja exitoso”, finaliza Angelo Guerra Netto.

Foto: Divulgação

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