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DISPUTA PELA PREFEITURA DE SALVADOR: PARA ONDE VAI CAMINHAR O PSOL?

Redação - 22/01/2024 16:05 - Atualizado 22/01/2024

Dois partidos, dois candidatos, serão estratégicos na disputa pela Prefeitura de Salvador nas eleições deste ano. Trata-se  do PL e do PSOL e dos pré-candidatos João Roma e Kleber Rosa, respectivamente. Ambos os candidatos têm cerca de 10% das intenções de voto do eleitorado, quantificado, no caso de Rosa, pela última pesquisa Atlas Intel e, no caso de Roma, tomando como base o eleitorado que votou nele em Salvador nas eleições para governador em 2022.

No caso do PL, o presidente do partido e pré- candidato João Roma já declarou que as negociações estão avançadas no sentido dele e do seu partido apoiar a candidatura a reeleição do prefeito Bruno Reis. A opção do PL parece privilegiar uma coligação com o União Brasil visando as eleições presidenciais e para governador em 2026, ainda que alguns analistas acreditem que Roma perderá uma oportunidade de se consolidar junto ao eleitorado baiano. (Veja aqui). Mas no âmbito do PL isso são favas contadas, ainda que a escolha do candidato a vice na chapa do Prefeito possa causar algum frisson.

No caso do PSOL, a questão é bem diferente e a possibilidade do partido sair com candidato próprio parece forte, ainda que muita água vá rolar nesse rio da esquerda baiana. A possibilidade do PSOL e, portanto, Kleber Rosa sair candidato está fundada nos seguintes argumentos. Em primeiro lugar, vale lembrar que o PSOL decidiu deixar a base aliada de Jerônimo Rodrigues (PT) em setembro do ano passado e entregar os cargos que detinha no governo. Além disso, a alta intenção de voto no candidato Kleber Rosa e o fato de parte da esquerda do PT ainda não ter assimilado a escolha do candidato Geraldo Jr., (MDB) considerando-o um candidato de direita, trabalha favoravelmente no sentido de consolidar a manutenção da candidatura do PSOL.

O problema é que, embora fortes, os argumentos levantados podem ser facilmente desconstruídos, segundo alguns estrategistas, abrindo espaço para uma eventual composição do PSOL com o PT e e MDB. O primeiro contra-argumento sugere que o percentual do eleitorado que optou pelo nome de Kleber Rosa na pesquisa Atlas Intel  seria fruto do recall do seu nome nas eleições para governador do Estado e que o PSOL sem recursos financeiros, sem tempo na televisão e sem estrutura de campanha dificilmente ampliaria esse percentual sendo mais provável, pelo contrário, que ele fosse minguando ao longo da campanha.

O segundo contra-argumento vai no sentido de descaracterizar como irreversível o rompimento do PSOL com a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues, não só porque o partido não entregou os cargos que detém no governo, mantendo de certa forma a aliança, como também porque parcela do partido não concorda com o rompimento. Para completar, surge a possibilidade do PT agir nacionalmente, com a intervenção do Presidente Lula, e defender que o PSOL, cujo candidato será apoiado pelo PT em São Paulo, apoie na Bahia o candidato da coligação apoiada pelo PT.

E aí se adentraria no terreno das negociações para uma composição do PSOL com a coligação apoiada pelo PT e que tem Geraldo Jr. como candidato. Há quem diga que a possibilidade dessa composição no 1º turno não existe, dando como exemplo o fato de Kleber Rosa ter sido candidato a governador, aliando-se a Jerônimo Rodrigues apenas no 2º turno. E que a candidatura própria poderia resultar numa bancada de vereadores maior para o PSOL, deixando qualquer apoio para o 2º turno. É possível, mas dado o atual percentual de intenção de votos do Prefeito Bruno Reis é grande a possibilidade dele ser eleito no 1º turno e a divisão de votos no lado da chamada  “esquerda” poderia contribuir para isso.

O fato é que muita água vai rolar na montagem das coligações que vão se enfrentar nas eleições municipais para prefeito de Salvador.  (EP – 22/01/2024).

 

Foto de Kleber Rosa : Raphael Muller

Foto Jerônimo Rodrigues: Fernando Vivas/Gov-Ba

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