O Novo Parque Tecnológico Aeroespacial do estado deve gerar novas turmas de alunos na Bahia. Segundo reportagem do Jornal Correio, dois cursos de pós-graduação, um curso de graduação e um curso técnico nas áreas de Mecânica de Aeronaves, Engenharia Aeronáutica e Engenharia Aeroespacial devem ser ofertados pelo Senai Cimatec, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). O objetivo é capacitar profissionais para atuarem no novo Parque do estado.
De acordo com André Joazeiro, secretário de André Joazeiro, de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti-BA), até o final de fevereiro a Ufba e a Uneb devem assinar um protocolo para formalizar a implementação dos novos cursos, que devem ser disponibilizados a partir de 2025. “Haverá formação na área de Engenharia Aeroespacial que o Miguez [reitor da Ufba] deve apresentar até o fim do mês, assim como a Uneb, que vai ofertar dois cursos de pós-graduação nessa área”, diz em entrevista ao Jornal Correio.
A implementação de um curso de graduação na área de Engenharia Aeroespacial na Uneb não vai ocorrer em razão da falta de estrutura da universidade para comportar uma formação do tipo. No entanto, a ideia não está descartada a longo prazo. Por sua vez, a Ufba não disponibilizará, inicialmente, os cursos de pós-graduação. A ideia é que seja observado primeiro o andamento do curso de graduação para somente depois haver avanços no intuito de implementar os cursos de mestrado e doutorado na área.
Os cursos a serem ofertados pela Ufba deverão ser cursados por estudantes no Campus Salvador. Já a Uneb deve abrir vagas para os cursos no Campus Camaçari. Nos bastidores, há a perspectiva de uma parceria firmada entre a pasta com a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, também para abertura de cursos no município. Caso a parceria seja estabelecida, André Joazeiro aponta que essas seriam as cidades mais beneficiadas pela criação do novo centro tecnológico do estado. “Não quer dizer que os outros municípios da RMS não sejam beneficiados. Salvador e Camaçari são centrais na Região Metropolitana, então todos os trezes municípios da RMS e do entorno seriam impactados por esses cursos, assim como Ilhéus e Itabuna”, esclarece.
As cidades fora de Salvador, no entanto, não devem ter mercado para absorver os profissionais formados nessas áreas. “Não há mercado nessas cidades. Todos os estudantes da RMS teriam que estar em Salvador. Lá, em Ilhéus, os estudantes podem trabalhar com pesquisa diretamente, porque atualmente as redes de pesquisa são online. Todo nosso financiamento de pesquisa hoje exige que as universidades trabalhem em rede, justamente para poder interiorizar esse conhecimento”, ressalta o secretário.
Pelo Senai Cimatec, quem tiver interesse na área poderá fazer o curso técnico na área de Mecânica de Aeronaves, bem como cursos de pós-graduação em Engenharia Aeronáutica e Engenharia Aeroespacial ainda neste ano. André Oliveira, superintendente de Novos Negócios da instituição, acredita que a oportunidade é ideal para os mais jovens. “Essa é uma linha muito importante, porque hoje já existe restrição de pessoas nesse setor a nível nacional. Eu diria que é uma primeira grande oportunidade para os jovens talentos do nosso estado serem preparados para esses desafios”, afirma.
Os cursos técnicos serão abertos para a comunidade e também atenderão a demanda de empresas que contratar funcionários que necessitem de capacitação. Conforme afirma André Oliveira, os profissionais e estudantes fora de Salvador também deverão ser contemplados. “Em geral, nós estamos fazendo pós-graduação à distância ou híbrida. Então, é possível que, no caso de pós-graduação e especializações, parte das aulas sejam feitas à distância e outra parte no formato presencial, o que pode facilitar a mobilidade de pessoas que estejam morando em outras cidades que não Salvador”, completa.
As áreas de atuação para quem se capacitar nesses cursos são amplas. Há linhas de atividades no segmento da aeronáutica, defesa, espaço e mobilidade aérea avançada. Os profissionais poderão trabalhar com sistemas avançados de voo e de controle de tráfego aéreo, sistemas de engenharia aeroespacial, sistemas de comunicação e navegação, Inteligência Artificial e Computação Quântica, novas tecnologias de energia e propulsão (SAF), tecnologias e materiais de manufatura avançada, cibersegurança aeroespacial, voo autônomo e mobilidade aérea avançada (drones e VTOL), sensores e eletrônica especial, e sistemas de defesa e segurança.
Ainda não há estimativa de quantos empregos serão gerados com a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial, bem como não há previsão do impacto na economia local. Essas informações estão previstas para serem divulgadas após a conclusão do plano diretor do centro tecnológico, que deve ser entregue até maio deste ano.
Confira lista de cursos que serão ofertados:
Reprodução/Google Earth