Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho desabafou sobre a falta de patrocínio para a programação do Novembro Salvador Capital Afro. Em suas redes sociais, nesta segunda-feira (23), ele defendeu o investimento na diversidade.
“Nunca vai entrar em minha cabeça que um mercado que se diz nacional, responsável e inclusivo invista mais num stand em um festival em São Paulo do que num mês inteiro de cultura neg,ra em Salvador. A única saída para o Brasil é verdadeiramente investir em diversidade, o resto a gente já conhece”, escreveu Tourinho.
Tourinho destacou que mesmo com a vasta gama de celebridades que estarão na capital baiana durante o próximo mês, nenhuma empresa investiu na ideia. Entre os nomes estarão Angela Bassêt, Viola Davis, Victoria Monét, Alcione, Iza, Baco Exú do Blues e Luedji Luna.
“Salvo uma ou outra ação pontual, a prefeitura está apoiando tudo sozinha , pois nenhuma marca do pais chegou junto dessa programação. Nenhuma. Precisamos falar mais uma vez da concentração de recursos no eixo Rio/São Paulo, do verdadeiro ralo de patrocínios que os grandes festivais se tornaram, com as marcas gastando mais em ativações em Interlagos do que em todo o resto do país e, principalmente, no cinismo e na miopia cultural dos gestores de verbas e de suas agências”, criticou Pedro.
O titular da pasta cita ainda a diferença entre a remuneração para artistas e profissionais brancos e negros que, segundo ele, é um reflexo do racismo.
“A forma como o LAB Fantasma foi tratada no caso Bauducco, a diferença de remuneração entre artistas e profissionais brancos e negros, a falta de diversidade na mesa que decide, a falta de letramento e empatia dos brancos que estão com a caneta na mão, o cinismo com que distribuem gorjetas para colorir um outro frame para ficar bem na fita, o racismo, o racismo enraizado no cerne das decisões”, escreveu o secretário.
Foto: Bruno Concha/SECOM-PMS