Em nota enviada à imprensa, a Associação Bahiana de Medicina criticou a abertura sem controle de cursos para formação de novos médicos no Brasil. Segundo a nota oficial da entidade existe um risco grande a qualidade do serviço por trás da autorização do Ministério da Saúde.
Veja a Nota
A Associação Bahiana de Medicina vem a público repudiar e alertar para o risco da abertura indiscriminada de cursos de medicina no país. A medida foi anunciada pelo Ministério da Saúde na última semana, e pode prejudicar a qualidade da assistência em saúde. O principal risco é que essa decisão pode expor pacientes a médicos com formação insuficiente.
Diante deste cenário e em conformidade com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB), a ABM defende a necessidade de adoção de critérios mínimos para implantação de cursos de medicina, a exemplo da presença de hospitais de ensino nos municípios onde funcionam. Também é necessária a colaboração dos Ministérios da Educação e da Saúde na definição de critérios.
O entendimento da ABM é de que o país não precisa apenas de mais médicos, mas de médicos melhor formados. Dados da AMB mostram que o país possui mais de 560 mil médicos, tendo 2,7 profissionais por 1 mil habitantes. Esse índice praticamente dobrou desde 2013 e supera os de países como Japão e Estados Unidos. Atualmente, com 389 escolas de medicina em funcionamento, que juntas formam mais de 30 mil profissionais por ano, até 2035, o País terá cerca de 1 milhão de médicos em atividade.
Esses são apenas alguns dos dados que levam a ABM, em conformidade com o CFM e AMB, a condenar publicamente o anúncio do edital para autorização de cursos de medicina. Essa medida não respeita a qualificação da nossa formação, carece de fundamentação técnica e do conhecimento sobre a realidade do ensino médico e da assistência à saúde da população.
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