Conforme dados da Surviving Sepsis Campaign (2021), a sepse, popularmente chamada de infecção generalizada, e o choque séptico, são importantes problemas de saúde e afetam milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano, com mortalidade entre um terço e um sexto das pessoas acometidas.
A sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer em todo o mundo, segundo artigo publicado no The Lancet em 2020, com análise de dados de 1990 a 2017. A alta taxa de mortalidade registrada globalmente tem uma incidência alarmante: uma pessoa morre de sepse no mundo a cada 2.8 segundos. Anualmente, cerca de 11 milhões de pessoas vão a óbito por consequências da síndrome clínica grave.
Os casos mais comuns de sepse ou septicemia têm origem em respostas exacerbadas do organismo a infecções virais ou bacterianas nos pulmões, abdômen, como apendicite ou peritonite, nos rins ou trato urinário, além das meningites, por exemplo. A sepse pode levar a uma série de problemas, incluindo danos aos tecidos e órgãos, e em casos mais graves, falência de múltiplos órgãos. Se não for tratada precocemente, pode levar, além do óbito, a complicações graves aos sobreviventes dos casos mais críticos.
Os cuidados Pós Sepse
Conforme pesquisa realizada pela Pfizer, a sepse é a maior causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atingindo 65% dos casos no Brasil. Esta síndrome clínica geralmente ocorre em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos ou comprometidos, como idosos, pessoas com doenças crônicas, imunodeprimidos, pessoas em internamento prolongado em UTI ou que estão passando por tratamentos como quimioterapia.
Os danos à saúde das pessoas acometidas com casos graves de septicemia chamam a atenção para abordagens assertivas de cuidados após o quadro agudo. Segundo informações do Reabilita Sepse, portal sem fins lucrativos voltado para a educação de pessoas sobreviventes ao quadro clínico e seus familiares, um programa de reabilitação é fundamental para estes pacientes após a alta hospitalar.
“Um tratamento adequado Pós Sepse é essencial. Fica cada vez mais claro o impacto das sequelas Pós UTI na vida dos pacientes, seus familiares, sistema de saúde e sociedade como um todo. Como exemplos, um a cada 3 pacientes que saem de alta da UTI após um quadro de sepse (infecção grave com alterações das funções orgânicas) reinternam dentro do período de 90 dias”, esclarece Dr. João Gabriel Ramos, Diretor Médico da Clínica Florence, sobre a síndrome clínica.
Estudos apontam que um paciente, pós-sepse, pode levar até cinco anos para o retorno de sua rotina, após a alta hospitalar. Neste cenário, a Reabilitação Intensiva Pós UTI após sepse é aliada na recuperação da pessoa, evitando complicações graves e possibilitando a melhoria da saúde.
Clínicas e Hospitais de Transição de Cuidados, como a Clínica Florence, podem ser indicados para um tratamento personalizado para cada uma dessas pessoas. Através destas instituições de saúde, o paciente recebe os cuidados necessários, buscando mais autonomia, proporcionando mais qualidade de vida e o retorno às atividades sociais no pós-sepse.
Reabilitação Intensiva Pós UTI
Pacientes que passaram por período prolongado de internação em Unidade de Terapia Intensiva e que sofreram impactos significativos em sua funcionalidade, independência e qualidade de vida, podem ser estimulados em um plano de cuidados de reabilitação, para possibilitar maiores chances de reduzir sua dependência e minimizar a extensão de sequelas, como alguns casos de pessoas pós-sepse. Estratégias de Reabilitação intensiva e interdisciplinar Pós UTI são potencialmente efetivas na redução de reinternações hospitalares, além de contribuir para recuperação de funcionalidades, adequação de cuidados e podem impactar na melhoria da qualidade de vida destes pacientes.
A Linha de Cuidado “Reabilitação Pós UTI” da Clínica Florence tem como objetivo estimular o paciente em um programa de reabilitação assertivo, contemplando as dimensões da saúde integral. Um time assistencial, formado por diversos profissionais da saúde e médicos especialistas, disponível 24 h por dia, 7 dias por semana, elabora um plano de cuidados personalizado e intensivo, que pode chegar até 15 horas semanais de terapias, com sessões de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, entre outros.
“É importante que essa reabilitação seja organizada, com qualidade e de forma interdisciplinar, pensando na demanda de cada paciente, com um plano individualizado. Naturalmente, a eficácia se torna maior e com possibilidade de melhores resultados, buscando possibilitar a volta das atividades sociais e da vida produtiva do paciente, o retorno ativo em todas as esferas da vida que tinha antes”, informa Dr. Arthur Faria, médico responsável pela Linha de Cuidado “Reabilitação Pós UTI” na Unidade Recife da Clínica Florence.
O médico ainda pontua outros benefícios da Reabilitação Pós UTI em Hospitais de Transição: “o fato do pós alta hospitalar para a continuidade dos cuidados de transição em um ambiente diferenciado, mais acolhedor e pensado nos mínimos detalhes para este momento de saúde do paciente, representa também para o paciente e a família uma etapa vencida. Esse sentimento ajuda na motivação e no engajamento, na participação do paciente e familiares nas terapias de Reabilitação Pós UTI”, comenta o especialista que também pontua sobre a colaboração dos entes queridos nos cuidados durante o internamento e bem como sua participação dos na Capacitação Familiar. Realizada pelo Time Interdisciplinar da Clínica Florence, a capacitação orienta para o manejo e os cuidados adequados, como transferências e banhos, tornando a transição de cuidados para o domicílio mais segura.
Sobre a Clínica Florence
Primeiro hospital de transição de cuidados do Norte/Nordeste, a Clínica Florence foi inaugurada em 2017, em Salvador, apresentando uma proposta de internação segura, humanizada e especializada no atendimento de pacientes em reabilitação intensiva e em cuidados paliativos de fim de vida, sendo um marco no tratamento humanizado. Em dezembro 2021, foi inaugurada a unidade em Recife, no bairro das Graças. Ambas as unidades, na Bahia e Pernambuco, possuem estrutura física construída oferecendo uma acessibilidade completa, com banheiros amplos e adaptados, janelas baixas, corredores, portas e elevador que possibilitam o acesso dos pacientes cadeirantes ou acamados, inclusive ao amplo jardim.
Com leitos privativos, a iluminação natural é valorizada aos pacientes e acompanhantes através de janelas amplas, e existe possibilidade de customização através de mural de fotos e desenhos. A Clínica também conta com cozinha própria, com possibilidade de preparo de refeições personalizadas, e refeitório. Além disso, há uma ampla sala de reabilitação, um espaço de convivência e jardim que possibilitam interações diversas entre pacientes, familiares e amigos. A Florence atende os principais convênios do país e de forma particular.