Segundo números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Bahia tem hoje 109.422 pessoas com seus processos parados à espera de análise.
Muitos baianos chegam a viajar por sete horas para tentar atendimento na capital. De acordo com o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), apesar do tempo médio de concessão dos benefícios do INSS ter diminuído, a fila nacional cresceu 6% de janeiro a março.
Com 496.208 solicitantes no aguardo, o Nordeste é a região com a maior fila de espera dos benefícios. A Bahia corresponde a 22% do total de toda a região. Segundo Adriane Bramante, presidente do IBDP, a fila do INSS vem de muito tempo, e foi agravada com a reforma da previdência, em 2019. “Depois que a reforma saiu, precisou de uns cinco ou seis meses para que o sistema fosse adaptado às mudanças, e isso comprometeu também o estoque e a análise dos processos, porque ficou muito tempo parado”,disse em entrevista ao Jornal Correio.
Outros desafios são o déficit de servidores e o atraso tecnológico de muitas agências. Bramante diz que, com muitos servidores se aposentando e a falta de reposição de profissionais, o problema crônico da falta de funcionários foi reforçado. De acordo com ela, o INSS realizou concurso no último ano, mas apenas mil pessoas foram admitidas em todo o país. “A gente tem também muitas falhas no sistema. Às vezes o sistema está fora do ar e isso atrasa perícias que estão agendadas, análises de processo, [existem] agências ainda com internet discada, que não têm tecnologia suficiente para analisar e para atender a tantas demandas”.
Procurado pela reportagem, o INSS afirmou em nota que, junto ao Ministério da Previdência Social, vem aplicando esforços para garantir a nomeação dos aprovados no último concurso como maneira de otimizar a força de trabalho. De acordo com o órgão, não há previsão de novos concursos.
Foto: (Marina Silva/CORREIO)