Por Marcelo Magalhães, presidente da PetroReconcavo
O crescimento das operadoras independentes de óleo e gás nos últimos anos tem propiciado mudanças expressivas nas regiões onde atuam, impulsionando o setor e impactando diretamente o desenvolvimento econômico, a geração de renda e emprego, além de uma melhor qualidade de vida para a população no entorno das operações.
Destaco aqui a história da PetroReconcavo, empresa que tenho a honra de dirigir desde 2008 e que completou recentemente 23 anos de atuação em campos maduros em terra no País. Desde a sua criação, a PetroReconcavo tem tido um papel de liderança e pioneirismo, trazendo para o Nordeste do Brasil a cultura das empresas independentes de óleo e gás. De forma empreendedora, implementamos uma estrutura verticalizada, com operação de sondas e equipamentos de serviços próprios, além de equipes internas, em sua maioria, compostas por mão de obra local. Também estabelecemos, de maneira inovadora, um processo de transformação digital em nossas operações, gerando maior produtividade e segurança operacional.
Nos orgulhamos de, nesse caminho, ter contribuído para o desenvolvimento econômico e social de comunidades e locais no interior do Nordeste brasileiro, em particular, na região norte do Recôncavo Baiano e no entorno da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Hoje operamos 60 concessões em cerca de 20 municípios nestas regiões.
Em 2019, quando fizemos a aquisição de novos polos de produção, oriundos do processo de gestão de portfólio da Petrobras, passamos a liderar de forma decisiva a fundação de uma nova indústria de companhias independentes de óleo e gás no Brasil. E a partir daí, iniciamos um plano de investimentos na recuperação de produção e melhoria das condições operacionais e de integridade desses ativos que já representou, em pouco mais de 3 anos, um investimento total superior a R$ 1,3 bilhão.
Esse investimento já sucedeu em incrementos de produção de mais de 100% nos Polos Miranga e Riacho da Forquilha. Em 2022, perfuramos cerca de 40 poços de petróleo e executamos, ao todo, mais de 250 intervenções em poços existentes visando o aumento da sua produção. Para os próximos 5 anos, com base em nosso Relatório de Reservas emitido em dezembro de 2021, pela consultoria independente NSAI, estima-se que os investimentos possam superar R$ 2,5 bilhões.
Tudo isto nos elevou ao patamar das principais empresas listadas na bolsa, com sede no Nordeste, e com um dos melhores resultados em termos de retorno de investimento para os nossos acionistas dentre todas as empresas de capital aberto ao longo dos últimos 24 meses. Somos também o principal produtor de gás natural do Nordeste, gerando mais oportunidades e competitividade industrial para os estados da região por meio de contratos de fornecimentos a custos mais baixos, fruto da produção e processamento locais.
Em plena expansão, saltamos de 300 para mais de 1.300 postos de trabalho, cerca de 90% destes ocupados por potiguares e baianos, além de gerar centenas de milhões de reais em impostos e royalties, a grande maioria direcionada para municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Mas não conseguiríamos todas essas conquistas sem a valorização dos nossos colaboradores e sem perseguirmos um propósito mais amplo. No processo de crescimento propiciamos que centenas de profissionais qualificados da indústria de O&G migrassem de empregos em condições precárias, em empresas subcontratadas do concessionário anterior, ofertando salários, benefícios e condições de trabalho acima da média dos estados onde atuamos.
A nossa Companhia também começou a atuar de forma mais incisiva em ações socioambientais, com programas voltados para a educação e desenvolvimento esportivo de crianças e adolescentes, assim como na melhoria das condições de uso de solo, água potável e recursos naturais. E, em 2023, daremos início a projetos de recomposição de biomas, especialmente na Caatinga do Oeste Potiguar.
Toda essa trajetória não seria possível sem uma definição, através de um programa de Estado, iniciado ainda no Governo Dilma Roussef, em 2015, e que percorreu quatro governos e quase que uma dezena de administrações da Petrobras. O programa de gestão de ativos da estatal, o REATE, PROMAR, e o Novo Mercado do Gás, programas do Ministério de Minas e Energia, têm gerado resultados extremamente produtivos para uma das regiões mais carentes do nosso país, o Nordeste, assim como segurança energética e competitividade industrial.
Vemos a Petrobras como uma parceira, sobretudo onde os projetos de transformação energética precisam atuar de forma complementar à produção de óleo e gás de campos maduros na nossa região. Conhecemos de perto o potencial de geração eólica e solar dos estados onde atuamos e acreditamos que o seu efetivo desenvolvimento ligado aos projetos inovadores de hidrogênio verde e biocombustíveis podem transformar o nosso País. O Nordeste, em particular, é uma potência global e competitiva em energia limpa e sustentável. Precisamos assegurar que estas condições sejam capazes de impulsionar desenvolvimento econômico e social na área onde a energia é produzida.
Olhando para o futuro, queremos continuar transformando recursos em valor, e sonhos em realidade. Temos orgulho de sermos nordestinos e vamos continuar a gerar oportunidades locais.
Vamos em frente, vamos juntos!
Foto: Divulgação
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