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AUMENTO NA META DE INFLAÇÃO PARA 4,5% LEVARIA SELIC A 15%, DIZ ITAÚ

Redação - 01/02/2023 12:43 - Atualizado 01/02/2023

Subir a meta de inflação do atual nível, de 3,25% neste ano e 3,0% para 2024 e 2025, como sugeriu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seria percebido como pouco compromisso da política econômica com a inflação baixa, resultado em inflação mais alta mas à frente, e obrigaria o Banco Central a subir mais os juros, alerta o Itaú.

Estudo feito pelo banco indica que, se a meta de inflação de 2024 em diante fosse reajustada para 4,5%, haveria uma piora das expectativas, ou desancoragem, parecida com a que ocorreu entre 2011 e 2015, o que levaria as projeções de inflação para 6,0% neste ano e 5,6% para 2024, o que faria o Banco Central subir os juros dos 13,75% atuais para 15,0% ainda neste ano.

“A manobra, de elevar a meta para a inflação parece, portanto, arriscada, com benefícios no máximo temporários e com riscos de ocasionar uma elevação maior do que a almejada da taxa de inflação”, diz o relatório, assinado pelos economistas Guilherme Martins, Julia Passabom, Natalia Cotarelli e Luciana Ribeiro. O Itaú observa que a desancoragem das expectativas de inflação futura já começou após as declarações do governo criticando o regime de metas de inflação.

Segundo o estudo, uma revisão da meta em 1 ponto percentual e uma elevação das expectativas no mesmo percentual elevariam a inflação deste ano em 1,25 ponto percentual e a de 2024 em 2 pontos percentuais, se a taxa de juros ficar constante em 13,75%. Mas, para levar a inflação na nova meta no ano seguinte da revisão, a resposta seria elevar a taxa de juros entre 1,6 ponto percentual e 2,0 pontos percentuais. “Em um país com histórico de inflação elevada e desigualdade econômica, essa mudança seria especialmente prejudicial, em especial porque o imposto inflacionário tem impacto maior sobre as camadas de renda mais baixa”, diz o Itaú.

Foto: divulgação

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