Mais conhecido por ser o vírus da Mononucleose, o Epstein-Barr (EBV, na sigla em inglês) também é relacionado ao aumento no risco de outras sete doenças, incluindo lupus eritematoso sistêmico (LES), esclerose múltipla (EM) e diabete do tipo 1. No sábado, 3, a cantora Anitta revelou ter sido diagnosticada com a doença há dois meses.
Anitta declarou seu diagnóstico durante a exibição do documentário “Eu”, em São Paulo. O longa conta a história da atriz Ludmila Dayer no processo de descobrir a doença, tratá-la e lidar com as questões emocionais que ela envolve.
De acordo com Anitta, foi Ludmilla quem a orientou a fazer os exames, por ver que a cantora estava com sintomas semelhantes aos seus e sem um diagnóstico específico. “Por sorte, por destino, eu consegui nem chegar no estágio que a Ludmila chegou”, disse.
O vírus EBV é da família do herpes vírus, um vírus comum, e pode ser transmitido pela saliva, por transfusões de sangue e por meio do contato com objetos contaminado. Segundo especialistas, muitas infecções são assintomáticas, ou seja, a pessoa não sente nada.
“A infecção pelo EBV pode aumentar a chance de ter esclerose múltipla, por alterar a resposta autoimune da pessoa. Assim, o sistema imune da pessoa começa a atacar o próprio sistema nervoso”, afirma Marcus Pai, fisiatra e médico acupunturista e diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).
Já o neurologista Mauricio Hoshino lembra que desde os primórdios, sempre se pensou na presença do Vírus Epstein-Bar como um fator que atuaria sobre o sistema imune estimulando a produção desses anticorpos contra si mesmo.
“O problema é que a presença do vírus, muito comum na população, não necessariamente causa sintomas e muito menos alterações na parte imunológica. Nunca foi possível até hoje provar o papel do vírus como um fator etiológico em relação a esclerose múltipla”, diz.