A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 2,1% em outubro, a nona expansão consecutiva na série mensal.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, a alta sobe para 18,9%, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (20). O indicador da Confederação Nacional do Comércio (CNC) está 13 pontos abaixo da zona de satisfação (a partir de 100 pts).
A redução da pressão inflacionária, a partir das variações negativas em julho, agosto e setembro, foi um dos fatores para a alta deste mês. “O resultado positivo de outubro da Intenção de Consumo das Famílias é produto da combinação da deflação com crescimento do emprego formal, das transferências de renda e da facilitação da contratação de crédito”, pontua o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Mais sensíveis ao comportamento dos preços, as famílias com renda de até 10 salários tiveram o maior aumento da intenção de consumir, tanto no mês quanto no ano. Ainda assim, o indicador para esse grupo marca 83,5 pontos – 12,6 pontos abaixo do nível anterior à pandemia. A intenção de consumo avançou menos para as famílias que ganham mais de 10 salários mínimos, mas o índice em 104 pontos revela maior satisfação desse grupo.
Para a economista da entidade responsável pela ICF, Izis Ferreira, a melhora da avaliação da renda é resultado do recuo recente na inflação, que pesa mais sobre as famílias com vencimentos menores.
“Apesar dessas reduções, a maior contribuição para a alta do IPCA no ano foi do grupo de alimentos e bebidas, um dos itens mais representativos nos orçamentos das famílias de renda baixa”, analisa Izis Ferreira. Conforme ela, esses consumidores ainda se mantêm cautelosos.
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil