Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em -0,17% na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 13 de agosto e 14 de setembro.
Foi a segunda deflação (queda média dos preços) seguida na RM Salvador, ainda que o ritmo tenha se reduzido frente a agosto, quando o IPCA-15 havia sido de -0,82%. Foi também o recuo mais intenso para o índice, num mês de setembro, em quatro anos, desde 2018 (-0,42%). Entretanto, o indicador da RMS ficou acima do verificado no país como um todo (-0,37%) e foi o 4º mais elevado, dentre as 11 áreas pesquisadas separadamente para calcular a prévia da inflação.
Em setembro, o IPCA-15 teve quedas em 9 desses 11 locais investigados, lideradas pelas verificadas na Região Metropolitana de Recife/PE (-0,93%), no município de Goiânia/GO (-0,76%) e na RM Porto Alegre/RS (-0,61%). As regiões metropolitanas de Belém/PA (0,50%) e Curitiba/PR (0,03%) foram as únicas com altas no índice.
Com o resultado do mês, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 5,75% no ano de 2022. Continua acima do acumulado nacional (4,63%) e é a segunda maior prévia da inflação do país, abaixo apenas da registrada na RM Rio de Janeiro/RJ (5,83%).
Já no acumulado nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA-15 da RM Salvador se manteve como o mais alto do país (9,72%), embora tenha desacelerado (aumentado menos) frente a agosto, quando havia ficado em 10,88%. Foi a primeira vez que o IPCA-15 acumulado em 12 meses ficou abaixo de 10,00% na RMS em quase um ano, desde outubro de 2021. Em setembro, o indicador acumulado em 12 meses ficou abaixo dos dois dígitos em todos os 11 locais pesquisados e foi de 7,96% no país como um todo.
O quadro a seguir mostra os principais resultados do IPCA-15 de setembro para o Brasil e cada uma das áreas investigadas.
Queda do IPCA-15 de setembro se concentrou em transportes (-2,66%) e comunicação (-3,09%), puxados por gasolina (-8,62%) e Internet (-13,17%)
A deflação registrada no IPCA-15 de setembro, na Região Metropolitana de Salvador (-0,17%), foi concentrada em apenas dois dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice: transportes (-2,66%) e comunicação (-3,09%).
O recuo médio nos preços do grupo transportes (-2,66%) foi bem menos intenso do que tinha sido o recorde negativo de agosto (-6,74%) e, mais uma vez, influenciado principalmente pela deflação nos combustíveis (-8,62%), em especial, da gasolina (-8,62%). O etanol (-11,88%) também teve queda importante dos preços no mês.
Já o grupo comunicação (-3,09%) registrou a maior deflação nos 22 anos da série histórica regional do IPCA-15, iniciada em 2000. O recuo foi puxado pelos preços do acesso à Internet (-13,17%) e teve influência importante também da queda nos planos de telefonia móvel (-1,99%).
Por outro lado, dentre os sete grupos que apresentaram altas médias de preços na prévia da inflação de setembro, na RMS, as principais pressões vieram de saúde e cuidados pessoais (1,05%, maior aumento, ao lado do grupo vestuário) e alimentação e bebidas (0,47%) – embora ambos tenham aumentado menos em setembro do que em agosto, quando os índice haviam sido de 1,07% e 1,36%, respectivamente.
Entre os alimentos, leite e derivados (2,72%) seguiram como a principal contribuição de alta no custo de vida, puxados pelo queijo (3,62%) e pelo leite longa vida (2,47%) – este último, porém, com aumento bem menor do que em agosto (que havia sido de 28,29%).
Por outro lado, produtos importantes na alimentação do dia a dia lideraram as quedas médias de preços, na prévia da inflação de setembro, a exemplo do repolho (-21,10%, maior deflação), cenoura (-14,72%, 2º maior recuo), tomate (-12,21%, 4º menor índice) e alho (-9,28%, 6º menor).
Entre as despesas do grupo saúde e cuidados pessoais, as principais pressões inflacionárias vieram dos planos de saúde (1,07%) e dos medicamentos em geral (produtos farmacêuticos, 1,13%).
Entretanto, o item que individualmente mais puxou o custo de vida para cima em setembro, na RM Salvador, segundo o IPCA-15, foi o gás de botijão (2,53%).